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Guilherme Duque é pioneira na produção de joias de rutênio colorizado no Brasil

Guilherme Duque é pioneira na produção de joias de rutênio colorizado no Brasil

Guilherme Duque é pioneira na produção de joias de rutênio colorizado no Brasil

Em entrevista, a empresa expositora da FENINJER conta os detalhes do uso do metal não convencional na coleção Allegra

Por Erica Mendes

Nas duas últimas edições da FENINJER, as vitrines da Guilherme Duque chamaram a atenção dos lojistas não só pelo belo design orgânico das joias, mas também por seu volume e suas formas coloridas. A novidade era a coleção Allegra, assinada pelo estilista Fause Haten, que traz como matéria-prima o metal rutênio (Ru) junto com o tradicional ouro e as pedras preciosas.

Por ser inédito o uso do Ru no Brasil, fomos conversar com os diretores da marca, Roseli Duque e Henrique Duque, para nos contar sobre esse case de inovação de produto no setor joalheiro.

FENINJER: Qual foi a inspiração para a criação da coleção Allegra?
GUILHERME DUQUE: A coleção Allegra é sobre acreditar naquilo que você é, na sua essência.  A parceria entre Guilherme Duque e Fause Haten já está no seu 14º ano e é caracterizada pelo design inovador e pela busca em oferecer algo único, exclusivo. Nos últimos anos, o mercado passou a demandar peças mais tradicionais, com menos cores. Tentamos nos adaptar, mas não obtivemos tanto sucesso, e começamos a nos ver seguindo a manada e fomentando a monotonia em termos de produto. Este panorama nos incomodava muito, então, decidimos olhar para a nossa história e fazer uma coleção que resgatasse os pilares da marca Guilherme Duque. O nome Allegra vem do italiano “alegria”, que acreditamos ser o sentimento despertado por essas joias e sua estética remete ao floral, um tema recorrente nas coleções assinada pelo Fause.

FENINJER: Por que a decisão de incluir o Ru ao ouro na composição das joias da coleção Allegra?
GUILHERME DUQUE: A inclusão de materiais alternativos ao ouro na composição da joia não é um movimento único da Guilherme Duque. Algumas grifes tradicionais de luxo já estão lançando joias com titânio, madeira e, até mesmo, o rutênio. Em sua palestra na abertura da 65ª FENINJER, o consultor Carlos Ferreirinha falou muito sobre a necessidade do luxo se reinventar e apresentou diversos exemplos de quebras de paradigmas. Acreditamos que a inclusão de outros metais ao ouro seja o início de uma reinvenção do nosso produto. Encaramos a Allegra como uma das várias possibilidades que oferecemos para atender aos diversos públicos.

FENINJER: Quais são os diferenciais das joias de rutênio?
GD: Sabíamos que uma coleção inovadora em momento de recessão econômica não poderia ter um preço final de venda muito elevado. O Fause propôs a confecção das flores de ouro com esse mesmo processo de coloração, mas refutamos prontamente, pois os preços ficariam muito acima daquilo que o mercado consegue absorver hoje. Precisávamos de um material de custo relativamente baixo, rígido o suficiente para não quebrar, porém que possibilitasse o movimento que estávamos buscando e que aceitasse o processo de coloração. Com o rutênio nós atingimos esse objetivo: criamos joias com um visual muito diferente e com preço que o mercado consegue absorver.

F: Como está sendo a aceitação dos lojistas?
GD: Uma surpresa positiva! Quando as primeiras peças ficaram prontas, nos encantamos com o resultado, mas pelo momento conservador do mercado não imaginávamos que a aceitação seria tão boa. Acreditamos que o sucesso se deve, sobretudo, a um posicionamento estratégico de diferenciação de produto que, tanto nós quanto os nossos parceiros estão buscando. Hoje, fabricantes e varejistas, estão travando uma batalha predatória de preços. É claro que o preço sempre será um fator crítico no produto, porém, quando você tem um produto diferente do seu concorrente, sua situação será muito mais confortável do que quando os produtos são semelhantes ou, como temos visto bastante no mercado, idênticos.

F: As joias de Ru têm o mesmo processo de produção das joias somente de ouro?
GD: O processo de produção destas joias é praticamente 100% manual. Os componentes de rutênio são cortados a mão a partir de uma chapa lisa e o movimento é feito pelo ourives na banca. Depois, fazemos o polimento e, dependo do modelo, a cravação manual. A última etapa é a coloração, feita a partir de um processo químico. Após a coloração, o componente de rutênio é encaixado na estrutura da peça, que é toda de ouro 18K e segue o processo convencional de fundição.

F: Podemos considerar que, a partir da Allegra, a Guilherme Duque terá sempre uma coleção fixa com metais alternativos em sua linha de produtos?
GD: Ainda é cedo para dizer se teremos sempre uma linha com materiais alternativos ao ouro nas futuras coleções. Foi um processo muito trabalhoso até os primeiros modelos ficarem prontos, testamos diferentes materiais, diferentes processos, muita coisa deu errada. Inserir um novo material na joalheira requer muito trabalho e estudo. No entanto, pelo feedback positivo que estamos tendo dos nossos clientes e por entendermos essa inovação como um movimento maior dentro do mercado de luxo, nosso plano é lançar novos modelos com rutênio na próxima FENINJER, em fevereiro de 2018, e, ainda no próximo ano, iniciar testes com novos materiais.

F: Na 65ª FENINJER, realizada em agosto, a Guilherme Duque apresentou 27 novas peças da Allegra. Até o final do ano, teremos mais novidades desta coleção?
GD: Sim. Nós procuramos envolver o cliente no processo de criação. Às vezes, mostramos os desenhos e pedimos opiniões sobre as gemas e a cor de metal, e outras, que acontece com mais frequência, fazemos novos modelos de acordo com as adaptações solicitadas por cada cliente. Esta coleção permite um vasto leque de cores e componentes, sendo inúmeras as possibilidades.

F: Quais são as recomendações sobre armazenamento e limpeza das joias de Ru que os lojistas devem repassar aos seus clientes durante o atendimento nas suas joalherias?
GD: O rutênio não exige nenhum cuidado especial. Junto com o processo de coloração deste metal é aplicada uma camada de proteção para conservar sua cor e sua superfície. Portanto, o cuidado deve ser o mesmo que o de qualquer outra joia de ouro.

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