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Cristais movimentam US$ 1 bilhão na era Covid

Cristais movimentam US$ 1 bilhão na era Covid

Cristais movimentam US$ 1 bilhão na era Covid

Por Bloomberg

Eu não tinha intenção de me interessar por cristais. Aconteceu, como costuma acontecer, durante uma longa viagem pelo deserto.

Uma chance de passar por Quartzite, no Arizona, despertou meu interesse. Coincidiu com uma feira anual de cristais, onde milhares de “caça-rochas” se reúnem para vender pilares brilhantes de quartzo rosa, ametistas e malaquita tão verde quanto o casco de uma antiga tartaruga dourada.

Os trailers e tendas estacionados ao lado da estrada, no estilo Burning Man, exigiam investigação.

Logo me vi discutindo sobre o preço do citrino dourado com um homem que usava bolero chamado Brian. Depois, paguei alguns dólares por um rotundo par de geodes (ovos de dinossauro, como eu os chamava quando criança) que vieram com um quebra-nozes gigante que parecia ter vindo de um canteiro de obras por volta de 1976.

Acontece que cheguei tarde para ter interesse por “pedras preciosas”, como os revendedores de diamantes chamam essa indústria de mais de US$ 1 bilhão.

Praticamente todas as celebridades de Los Angeles têm uma, sejam as ametistas de Kate Hudson creditadas com propriedades curativas para sofrimento emocional e problemas do sistema nervoso, os cristais para reduzir a ansiedade de Adele, ou o quartzo rosa de Gwyneth Paltrow, que alguns acreditam promover a harmonia e o amor. Victoria Beckham (obsidiana negra), Bella Hadid (celestitas azuis) e Kylie Jenner são fãs.

Atualmente, a coleção de cristais vai além do tipo de pessoa que compra em lojas de produtos naturais ou pratica reiki. A Astro Gallery of Gems na Quinta Avenida, em Nova York, atrai clientes famosos com suas peças de US$ 30 mil de barita e espécimes de mesolitas de seis dígitos.

A Sotheby’s e a Christie’s vendem cristais por dezenas de milhares de dólares ao lado de meteoritos e fósseis. A Mardani Fine Minerals tem vendas brutas anuais de US$ 25 milhões a US$ 40 milhões, com margens de lucro variando de 20% a 70%.

O mercado mostrava força antes do Covid-19 e permanece inalterado. A previsão é que a pandemia de coronavírus cause impacto de 20% neste ano na indústria de diamantes de US$ 76 bilhões (dados de 2018), mas o valor de pedras preciosas como quartzo, ametista, citrino e malaquita, permanece estável.

“As pedras estão se tornando muito atraentes”, diz Martin Rapaport, presidente do conselho do Rapaport Group e fundador do Rapaport Diamond Report e da rede de comércio on-line de diamantes RapNet.

O mercado de diamantes já esperava queda em 2020. As pessoas mais ricas estão comprando menos pedras preciosas mais raras, diz, enquanto as com menos recursos trocam joias e pedras preciosas pelos cristais.

FonteMoney Times

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