Parceria entre MPF e USP atuará no combate à mineração ilegal e desmatamento
O garimpo do Lourenço, localizado no distrito de Calçoene, a 400 quilômetros da capital Macapá (AP), terá projeto de mineração sustentável. Inédito, o projeto foi apresentado pelo Ministério Público Federal (MPF) em parceria com a Universidade de São Paulo (USP) e aprovado em audiência pública. Segundo especialistas, a importância deve ato pode ser decisivo para o futuro da mineração no Brasil.
Chamado “garimpo responsável”, o projeto é fruto de mais de 30 anos de estudos e tem por objetivo melhorar a vida das pessoas. O MPF almeja possibilitar a adoção de novo modelo de cooperativismo garimpeiro na região, por meio do qual a comunidade tenha ganhos efetivos e oportunidade de crescimento a partir da lavra de ouro. A ideia é que, por meio da mineração sustentável, seja possível diminuir perdas, otimizar a produção, reduzir os impactos ambientais e aumentar a confiabilidade dos garimpeiros e das famílias residentes no entorno econômico e social da mineração da cidade.
Segundo o professor da USP, Giorgio de Tomi, a mineração responsável tem que ser voltada a melhorar a vida das pessoas e já há exemplos de sucesso em outros estados do Brasil. “O que é a mineração responsável no garimpo do Lourenço? É muito fácil: planejar a mina e cumprir o plano. E a gente vai ajudar vocês a fazer isso”, explicou.
Estudo da USP indica que há 1 milhão de garimpeiros em toda a Amazônia. O garimpo do Lourenço é o mais antigo em atividade na região Norte, onde os trabalhadores sobrevivem da lavra de ouro há mais de um século. Os anos de exploração das terras, porém, não contribuíram para o seu desenvolvimento e trouxeram mortes de garimpeiros, mazelas sociais e uma herança de danos ambientais. Visando a proteção do meio ambiente, o MPF defende o uso racional das jazidas minerais do distrito.