Apontado como o inseto ‘mais antigo do mundo’ foi encontado em pedra adquirida na Ilha de Java
Gabriel Moura
Tinha ume pedra no meio do caminho do gemologista Brian Berger quando ele viajou à ilha indonésia de Java. Intrigado com a beleza exótica da gema, que era translúcida, sendo possível observar que havia um inseto intacto dentro de sua estrutura, o especialista comprou a pedra e a encaminhou para ser analisada pela maior autoridade do mundo das gemas, o GIA – Instituto Gemológico da América. O resultado foi surpreendente: o Instituto autenticou a gema como uma opala real com uma inclusão fóssil.
É comum encontrar fósseis de insetos incrustrado em âmbar, mas em uma opala é um fenômeno bem raro. Segundo especialistas, significa que se trata de um âmbar opalizado. No Sudeste Asiático algumas árvores segregam uma seiva pegajosa que pode imobilizar insetos, folhas, sementes e outras formas antigas de vida. Depois de permanecer enterrada nas condições sedimentares propícias, a seiva transforma-se num material macio chamado copal.
Sob milhões de anos de pressão subterrânea e calor, o copal transforma-se em âmbar – uma pedra amarelo-vivo ou laranja translúcida com uma antiga forma de vida dentro. No entanto, é bastante incomum que o âmbar se torne numa opala, já que a maioria das opalas indonésias encontradas é de origem vulcânica.
A opalização ocorre quando os silicatos dissolvidos são arrastados para dentro de fendas e cavidades pela água ou outros líquidos do solo. Aí, os silicatos endurecem em opalas, mas o âmbar localizado na presença de fluidos siliciosos quentes é extremamente raro.
Berger publicou em seu conta no instagram imagens do fóssil e declarou que “do ponto de vista gemológico, esta é uma descoberta excitante e extremamente rara. E o mesmo pode ser dito da perspectiva entomológica”. De acordo com o gemólogo, o âmbar opalizado é apenas a teoria inicial. “Esperamos descobrir mais pormenores sobre o processo de formação em breve”, disse.