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Surrealismo volta a rondar a joalheria

Surrealismo volta a rondar a joalheria

Surrealismo volta a rondar a joalheria

Joias refletem a estranheza dos novos tempos

Por Caroline Sanches

Quando se diz que a moda é premonitória não é por acaso. Antes do tempo fechar e ficar bem esquisito, para dizer o mínimo, alguns designers mais atentos já davam pistas de que havia algo surreal no ar.

Alguns desfiles internacionais com coleções do outono/inverno 2020 já mostraram joias inspiradas no movimento artístico que marcou os anos 30, o surrealismo. A Maison Elsa Schiaparelli foi uma delas. Em um desfile ousado, a grife apresentou peças que lembram as obras da fundadora da casa no tempo em que ela colaborou com artistas como Jean Cocteau e Salvador Dalí, criando desenhos provocativos e desafiadores.

Comandada por Daniel Roseberry, a Maison desfilou joias que foram consideradas o renascimento das peças surrealistas. Muitas das joias foram desenvolvidas por Roseberry enquanto ele pesquisava imagens de arquivo de Elsa em seu ateliê na Place Vendôme.

O termo surrealismo foi cunhado pelo escritor e poeta francês André Breton em um manifesto de 1924. O seu propósito era resolver a contradição vigente entre sonho e realidade pela criação de uma realidade absoluta, uma supra-realidade. A teoria aponta a relevância do universo onírico, irracional e inconsciente, bem ao estilo de Sigmund Freud. Desde então, o imaginário e os impulsos da mente passaram a ganhar leituras em uma nova realidade artística, influenciando o design nos anos 1930 e tornando-se uma tendência retratada não apenas nas joias, mas como também na moda, móveis e fotografia.

Antenada às tendências, a Swarovski também pegou carona nessa onda. A marca criou a “Surreal Dreams”, uma coleção de nove peças, incluindo um colar gargantilha centrado em um coração vermelho brilhante. Talvez em reação aos tempos em que vivemos – um desejo de fugir da realidade, buscando refúgio no inconsciente.

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