Tom Vanderbilt, jornalista e escritor americano, explica o que está por trás das nossas preferências e como fazemos nossas escolhas
Por Erica Mendes
Uma das premissas para ter sucesso na venda de um produto é que ele atenda ao ‘gosto’ do público-alvo. E com isso, é fundamental que os colaboradores de uma empresa envolvidos no desenvolvimento ou na seleção de produtos entendam quais são as interferências que ajudam a moldar o gosto das pessoas e como usá-las prol da marca. Por isso, a dica do portal F. Magazine é a leitura do livro ‘Talvez você também goste’, do jornalista, escritor e palestrante americano, Tom Vanderbilt.
“O que significa realmente gostar de algo? Como decidimos o que é bom? Qual o papel de nossas experiências pessoais para moldar nossos gostos? Qual a influência da sociedade em nossas escolhas? Quais são os nossos critérios de escolha diante de uma superabundância de opções”? Essas são algumas das complexas perguntas respondidas pelo autor com base em um profundo estudo de psicologia, marketing e neurociência.
Ao explorar como formamos nossas preferências e como elas nos formam, Vanderbilt explica porque mudamos de gosto com o passar dos anos e porque gostamos disto e não daquilo. Em sua narrativa, ele traz situações que nos fazem entender porque gostos podem ser categóricos, contextualizados e comparativos. Você é capaz de justificar, por exemplo, porque gosta da cor dourada em uma roupa, mas não gosta em uma joia? Ou porque gosta de determinado produto na situação A, mas não vê o menor sentido na situação B?
O gosto pode ainda ser mais do que uma predileção específica, e sim uma forma de expressão da personalidade, importando a simbologia contida na escolha. Ou ser formado em uma relação direta com as memórias, afinal, gostamos do que lembramos pelas conexões emocionais.
Além disto, o livro mostra que também passamos a gostar do que os outros gostam (ainda que sejamos indivíduos diferentes) nos ajudando a criarmos vínculos, e que a sociedade tem um peso relevante nos nossos gostos, já que muitos deles estão condicionados aos outros – ou na oposição direta aos gostos dos outros.
Com tantas variáveis, a leitura de “Talvez você também goste’ deixa claro que é difícil explicarmos ‘porque gostamos do que gostamos’ e como é árdua a tarefa das empresas de prever do que vamos gostar enquanto consumidores.