Marcas nacionais e internacionais estão investindo nas compras através de lives, que prometem a praticidade do e-commerce com uma experiência digital um pouco mais humanizada
Por Alice Coy
Mesmo com a reabertura do comércio de grande parte do mundo, nem todos tem saído para fazer compras presenciais. Incertezas sobre o futuro e o medo de uma segunda onda da pandemia tem contribuído para essa realidade, e feito marcas repensarem suas operações de vendas. Compras via livestream, modelo que já é popular na China, (foi estimado em U$ 63 bilhões no ano passado de acordo com a Coresight Research), tem ganhado popularidade. A Popshop Live, start-up recém fundada e especializada neste segmento, já arrecadou U$ 4.5 milhões em financiamento desde o ano passado.
Esse jeito de comprar – que se assemelha aos canais televisivos de compras que faziam sucesso nos anos 1990, é interessante pois atrai consumidores que estão acostumados a experiência presencial, e não apenas quem já compra via e-commerce. Com a apresentação de produtos ao vivo, é um dos meios digitais que mais próximos da experiência de uma loja. A possibilidade de comentar e fazer perguntas durante a live também contribui para isso.
Mas como funciona?
Cada marca tem a sua logística. Aqui no Brasil, algumas das pioneiras foram a Schutz, a Arezzo e a Farm. A primeira fez a sua Live Shop com a equipe apresentando as novidades, e transmissão simultânea nas páginas do Youtube, Instagram e Facebook da label – um QR code direciona consumidores interessados para o e-commerce. “O live streaming gera uma nova experiência de compras e entretenimento para os nossos clientes”, diz Milena Penteado, Head Global da Schutz.
Já a Farm apostou na Lojix, uma plataforma interativa de compras, também com integrantes da equipe apresentando as novidades, e que teve um número de pico de 7 mil acessos simultâneos. Na própria interface da tela o cliente escolhe o item, e finaliza a compra sem mudar de tela ou sair do vídeo ao vivo. As três marcas estrearam o formato em julho e já tem planos de repetir a dose em agosto.
Fora do País, o Moda Operandi lançou o Moda Live com uma apresentação de 30 minutos com a estilista Johanna Ortiz mostrando peças de sua coleção resort direto de Cali, na Colombia. Para comprar, bastava clicar nas peças do vídeo e ser imediatamente direcionado para o item – tudo dentro do site do e-commerce. A live, que fica salva enquanto durar o pre-sale, já tem Carolina Herrera e Peter Do como as próximas marcas confirmadas. Antes de lançar o Moda Live, a plataforma havia testado apresentar peças via Zoom, mas sentiram falta do componente de compra direta.
A Gucci também lançou se lançou nesse método com a Gucci Live, que atende um cliente por vez direto de seu centro de serviço em Florença. O provedor de tecnologia Powerfront, que ajuda marcas a se comunicarem com compradores online através de shopping por vídeo e chat, disse ao Vogue Business que está em fase de teste com 20 marcas de luxo, entre elas Valentino, Saint Laurent e Bottega Veneta. A Moncler, que está em processo de fortalecer sua estratégia digital, também anunciou que pretende investir nesse tipo de experiência de compras.
Fonte: Vogue