De biografias anedóticas à história do design de joias, a publicação traça o legado da joalheria desde 1837 até os dias atuais
Publicado esse ano com número limitado de exemplares, o livro ‘Os Arquivos Tiffany’ (do original em inglês ‘The Tiffany Archives’) traz uma miscelânea de assuntos e ‘coisas’ da joalheria americana, que ilustram a trajetória de seu legado – desde sua fundação, em 1837, até os dias de hoje.
Pelas lentes do fotógrafo Henry Leutwyler e introdução de Christopher Young (vice-presidente e diretor criativo de visual merchandising da Tiffany), a obra é um reflexo do impecável trabalho dos arquivistas da marca ao longo de seus 186 anos, que foi iniciado pelo seu fundador Charles Lewis Tiffany. Desde que as portas da joalheria foram abertas, ele estabeleceu um arquivo e tinha como ambição armazenar itens, fossem eles produtos ou qualquer objeto – que retratassem a história que estava sendo construída.
“Todos os objetos da coleção são catalogados e manuseados com igual cuidado e adesão meticulosa às medidas de conservação”, escreve Christopher Young. A forma como os arquivistas valorizam tudo igualmente é ilustrada com algumas combinações democráticas e encantadoras: coisas díspares como uma sombrinha e um colar, uma joia e um convite, são colocadas lado a lado.
Muitos dos itens – que estão sendo mostrados publicamente pela primeira vez a partir do livro – apresentam aspectos históricos, como as anedotas que aparecem ao lado de várias joias, objetos e coisas efêmeras escritas pelos arquivistas ao longo dos anos.
As informações incluem também detalhes sobre obras-primas como cinco desenhos de orquídeas em esmalte e pedras preciosas de George Paulding Farnham, que foram exibidos na Exposition Universelle de 1889, em Paris, e descritos por um crítico francês como sendo “tão perfeitos, tão reais em sua graça e charme, que eles dão a ilusão de serem naturais”.
Para além das joias e gemas excepcionais, o fotógrafo soube captar com maestria as sensações de objetos inanimados, a exemplo de uma anotação de um dia de novembro de 1965 – “Sra. Arthur Stanton deixou sua pulseira maluca para consertar” -, que recebeu a mesma atenção, por exemplo, das pulseiras de diamantes Art Déco ou do diamante Tiffany de 128,54 quilates, dando o tom mágico deste livro.
Disponibilizado pela editora Steidl somente na língua inglesa, a obra tem 280 páginas e mais de 200 imagens, e está disponível para compra apenas na flagship da joalheria na Quinta Avenida, em Nova York, a ‘The Landmark’, por US$ 125.