Museu de valores, que fica em Brasília, está sendo reformado para se transformar no primeiro museu de economia da América do Sul
Por Gabriel Shinohara, Valor*
O Banco Central (BC) está reformando seu museu de valores para transformá-lo no primeiro museu de economia da América do Sul. O acervo conta com uma moeda que já teve um exemplar leiloado por R$ 2,5 milhões e a maior pepita de ouro em exposição do mundo, com 61 quilos. A previsão é o museu seja reaberto em 2025.
A chefe do Museu de Valores do BC, Karla Valente, explicou que a moeda de ouro, que teve um exemplar leiloado em R$ 2,5 milhões em 2014, foi cunhada para celebrar a coração de D.Pedro I como imperador do Brasil em 1822. Segundo Valente, esta é a peça mais valiosa do museu porque foi produzida em pouca quantidade. “Foram produzidas 64 exemplares e hoje só conhecemos 17 localizações dessa peça e destas 17, o Museu de Valores possui duas”, disse.Outra peça do acervo que será exibida é a pepita Canaã, considerada a maior pepita de ouro em exposição mundo, com 61 quilos, segundo a chefe do museu. Valente explicou que ela foi encontrada em Serra Pelada, em 1983 pelo garimpeiro Júlio de Deus Filho. “Os geólogos que estudaram a peça depois identificam que a peça partiu de uma rocha ainda maior, de mais ou menos 150 kg”, disse.
A chefe do museu ainda destacou, do acervo, a moeda de 960 réis de 1809. De acordo com o Valente, a moeda é rara e só o Banco Central detém um exemplar porque esta moeda começou a circular apenas em 1810. “O mercado numismático sempre aponta essa peça como a única”, afirmou.
Carolina de Assis Barros, diretora de relacionamento, cidadania e supervisão de conduta do BC, ressaltou que a ideia da reforma é ir além de contar a história dos meios de pagamento e trazer também “conhecimentos de economia e educação financeira para dentro do museu”, afirmou a diretora.
A diretora ressaltou que a ideia do novo museu é trazer uma abordagem mais lúdica, didática e reflexiva. Além das peças, o novo museu contará com uma numisfera (vitrine de 13 metros de comprimento e 4 metros de altura) com exemplares de moedas, cédulas, cheques e documentos de valor. O museu também contará com uma barra de ouro que poderá ser tocada pelos visitantes.
O projeto de reforma foi viabilizado com recursos do Fundo de Defesa dos Direitos Difusos, do Ministério da Justiça e Segurança Pública. O acervo do museu é dividido em duas partes, o numismático, com 135 mil peças, como moedas e cédulas, e o acervo artístico, com 554 obras de artes, entre pinturas, esculturas e gravuras.*Conteúdo publicado no Valor Investe