Apostando no contraste de cores e design nobre, Cris Porto assina set de alta joalheria ornamentado com pedras mineiras
A joalheira Cris Porto tinha 21 anos quando criou sua primeira peça. Era um anel de prata com jeito de escultura e design arquitetônico. Cerca de quatro décadas depois, ela se lembra perfeitamente do formato e da emoção de ter ido do desenho à bancada para dar vida à criação. De lá para cá, trocou Uberlândia por São Paulo, onde mantém um charmoso showroom-ateliê, e conquistou espaço expositivo no Ritz, o icônico hotel onde viveu Gabrielle Chanel, na Place Vendôme, em Paris, na França.
Seu olhar e senso estético também se expandiram. Eclética, ela transita desde peças mais limpas, como um incontestável colar de pérolas rosa, até criações de alta joalheria, como o novo set, batizado de Valentine. “É um desenho clássico contemporâneo”, analisa Cris sobre a criação, perfeita para princesas modernas.
Ela conta que foram oito meses de trabalho da escolha das pedras ao design e confecção pelos ourives para produzir o conjunto, formado por um par de brincos, dois anéis e colar, que é o item mais poderoso, com sete rubelitas, nove indicolitas e 1.008 diamantes finalizados em franja maleável sobre base de ouro branco. “O movimento lembra as batidas do coração”, compara.
O processo criativo, explica Cris, começou pelas pedras coloridas, garimpadas em Minas Gerais e apresentadas por diversos fornecedores, que ela contatou em Las Vegas e as entregaram no Brasil – esse percurso, que parece inusitado, tem a ver com o caminho já considerado comum de exportação das melhores pedras encontradas por aqui. A joalheira recorda que seus olhos brilharam quando colocou as gemas de cores verde e rosa intensas lado a lado. O contraste e o brilho deram um match precioso, que os diamantes ajudam a destacar. Apaixonada por pedras e cores, diz que o solo brasileiro é um “arco-íris de possibilidades”. Preocupada com a procedência de sua matéria-prima, comenta que não abre mão da exigência de que seja green (de garimpos certificados).
O acabamento minucioso – o que leva suas criações ao patamar de alta joalheria – provavelmente é herança da habilidade e do perfeccionismo herdados do pai, que era dentista. É, ainda, o resultado da expertise adquirida por quem passou cerca de uma década dedicando-se à bancada, como é chamado o processo de confecção manual e autoral de uma joia. Além do verso impecável de suas criações, o fecho escondido, como no colar Valentine, é uma assinatura de seu trabalho.
Dona de talento com reconhecimento internacional, Cris traz no currículo o primeiro lugar no International Pearl Design Contest, que é considerado o Oscar da joalheria no Japão, e está na lista da De Beers dos 100 melhores designers de joias das Américas. Já expôs no Museu do Louvre, em Paris, na Galeria Mikimoto, em Tóquio, e em edições da BaselWorld, na Suíça.
Fonte: L’Officiel Brasil