Artista exibiu a joia durante programa televisivo e profissionais analisam o seu comportamento
Por Erica Mendes
No sábado, 11 de agosto, o jovem cantor Ferrugem subiu aos palcos do programa global ‘SóTocaTop’ exibindo uma aliança de ouro amarelo e diamantes nada discreta. A joia ‘maxi’ chamou a atenção da apresentadora Fernanda Souza e o convidado deu uma justificativa bem divertida: “Para mostrar que estou bem casado. Para não ter problema na rua”, brincou o cantor. No entanto, a cena reascendeu a discussão: o jovem está voltando a olhar com bons olhos para os artigos de joalheria ou é mais uma manifestação de um nicho ostentário?
Apesar de diversas pesquisas apontarem outras categorias de produtos na wish list dos jovens e a preferência quase unânime pelo metal branco, não podemos esquecer que em tempos líquidos, o comportamento de consumo muda rapidamente com as pessoas estabelecendo laços passageiros que facilmente podem ser desfeitos.
Para a semioticista Clotilde Perez, sócia fundadora da Casa Semio, o comportamento do cantor “íntegra uma forte dimensão social com o gosto pessoal pela joia, uma vez que comunica um estado (casado), mas que poderia ser expresso com uma aliança qualquer, não necessariamente uma joia. A opção pelo ouro está na sua capacidade de vincular-se com a perenidade, aqui transferida ao relacionamento”.
Ainda durante o programa, Ferrugem também confessou ser vaidoso e um grande amante de joias: “Tenho uma coleção bacana, que vai aumentando a cada dia que passa, porque se tornou meio que um vício meu. Mas é um vício que não faz mal, né? Acaba sendo um investimento lá na frente ter esses bens guardados. Enquanto isso, eu vou usando, porque gosto muito mesmo”, diz.
Para Ecio Morais, diretor do IBGM, fica clara a importância simbólica da joalheria. “Considerando a jovialidade do artista de 29 anos, a simbologia da joia no rito de passagem, no caso o nupcial, e a característica perene do metal ouro são fortes atributos que podem conquistar consumidores de qualquer faixa etária e classe social. Os joalheiros devem trabalhar melhor essas mensagens para se aproximar dos jovens”.