Na Quinta Avenida com a Rua Cinquenta e Dois, a mansão Cartier é uma joia arquitetônica do século XX
Por Clara Lemos
Concluída em 1905, a mansão Plant de seis andares foi projetada pelo arquiteto inglês Robert W. Gibson. Quando Plant a colocou no mercado em 1916, o New York Times a descreveu como “uma das melhores e mais novas residências caras” da cidade. Pierre Cartier adquiriu o edifício por um colar de pérolas de um milhão de dólares e contratou o arquiteto da família Rockefeller, William Welles Bosworth, a fim de transformá-la na Casa oficial da Cartier, no coração de Nova York. Os dois primeiros andares transformaram-se em ambientes comerciais com vitrines majestosas de mármore.
Os demais andares foram preenchidos com escritórios e espaços de oficinas de joias. Algumas modificações foram feitas no exterior do edifício, a entrada principal foi transferida para Quinta Avenida, que contava com mais fluxo de pedestres. A reforma foi concluída em 1917 e rendeu à Cartier uma medalha de ouro da Associação do Comitê de Harmonia Arquitetônica da Quinta Avenida. Com o passar das décadas e a ampliação de serviços imobiliários, os prédios históricos ao redor da mansão foram demolidos e substituídos por prédios de escritórios e lojas modernas, mas a mansão Cartier permaneceu.
Na década de 70 a Cartier tomou medidas para proteger o edifício da demolição, o que aconteceu com a sede da Metropolitan Opera House, por exemplo. A marca uniu-se com instituições culturais como a Biblioteca Pública de Nova York a fim de buscar o título de marco da New York City Landmark Association, criada em 1965 para preservar edifícios históricos da demolição e grandes alterações em suas fachadas. Em 2016 a Casa da Cartier passou por reformas nas áreas internas, que ampliou seu espaço de vendas, tornando-se a maior loja Cartier do mundo.
Além disso, a mansão tornou-se um museu da marca, com vários quartos dedicados à personalidades importantes da história da Cartier, como a biblioteca do Pierre Cartier, um quarto de mezanino dedicado à emblemática diretora criativa Jeanne Toussaint e espaços dedicados aos clientes famosos da marca, como Grace Kelly, Liz Taylor e Andy Warhol. Combinando a experiência de compra única e preservação da história de Nova York, a mansão Cartier é uma joia deslumbrante.