Joias sustentáveis, feitas com frutos e flores do Brasil, chegam ao mercado europeu
Débora Rodrigues
As biojoias brasileiras ganharam o mercado internacional e foi assim que flores e frutos naturais, transformadas em joias, levaram as peças sustentáveis para o mercado europeu. Nesse ano, a empresa mineira CerraD’ouro apresentou suas biojoias em Paris, durante a Paris Fashion Week. A empresária Cláudia Santana Lima e o marido Euler Vilaça Lima comandam a joalheria que deixou Minas Gerais para estar presente no evento internacional.
As biojoias do Cerrado são joias produzidas por meio da transformação de flores, frutos, sementes e elementos presentes na natureza brasileira. Com selo de sustentabilidade e processos certificados para exportação, essas peças não precisam ser colhidas: são exemplares coletados depois que já caíram no chão e passam pelo processo que os transformará em belos acessórios, originais por serem únicos e ao mesmo tempo eternizarem a natureza em seu interior.
Nesse processo de produção de biojoias muitas flores e sementes têm servido como modelos. Para fazer novas peças são usadas plantas diversas: carrapicho do mato, minurinha e quina – folhas de plantas originárias do cerrado brasileiro -, arruda, salsa e louro e o mosquitinho, aquela florzinha branca que decora vasos e buquês. Mas também há flores como jasmim e orquídeas, por exemplo, que servem de matriz para uma nova joia. O curioso é que elas não precisam estar intactas, pois assim produzirão um resultado único. A partir da coleta na natureza, o material é levado para ser transformado em joia. Ele recebe banhos de metais nobres, fazendo com que se torne um exemplar eterno.
A peça selecionada passa por uma limpeza e começa o trabalho químico para que ela absorva o banho de cobre, ganhando firmeza e ficando metalizada. E só depois ela recebe o banho em ouro. Assim, a beleza da biojoia está não apenas em sua originalidade, mas também no conceito de preservação e sustentabilidade E transformam-se em brincos, colares, pulseiras, anéis, pingentes belíssimos, com fino acabamento.
A CerraD’ouro produz cerca de 150 peças por mês. A maior parte da produção abastece o mercado nacional, mas agora que chegou à Europa, essa realidade pode mudar. Foi por meio da divulgação das peças nas redes sociais que a empresária Cláudia foi encontrada pela editora da Vogue Londres. Assim as biojoias foram apresentadas em edições da revista e ganharam o mundo.