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Centro da Terra esconde quatrilhões de toneladas de diamantes, diz MIT

Centro da Terra esconde quatrilhões de toneladas de diamantes, diz MIT

Centro da Terra esconde quatrilhões de toneladas de diamantes, diz MIT

Uma eventual ‘corrida aos diamantes’ seria algo praticamente impossível, já que os minerais estão a centenas de quilômetros de profundidade, abaixo das placas tectônicas

Por Jacqueline Saraiva / Correio Braziliense

Foto: Leon Neal/AFP

Quatrilhões de toneladas de diamantes debaixo dos seus pés. Mas, para alcançá-las seria preciso cavar bastante, cerca de 160km de profundidade. Esta é a conclusão de pesquisadores do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), divulgada em um recente estudo. A expectativa é de que debaixo da superfície da Terra se acumulam cerca de 10 quatrilhões de toneladas de diamantes.

Os cientistas encontraram as evidências deste grande ‘tesouro’ enquanto estudavam as ondas sonoras de terremotos sob a superfície de uma parte do solo chamada de “raízes dos crátons”, as partes mais antigas e inamovíveis da rocha que ficam abaixo do centro da maioria das placas tectônicas continentais. Isto tornaria a “corrida aos diamantes” praticamente impossível. “Os cientistas estimam que os minerais preciosos estão enterrados a mais de 100 milhas abaixo da superfície, muito mais profundo do que qualquer expedição de perfuração já alcançou”, explicou o MIT em nota.

Os crátons, a que se referem os cientistas, são como imensas montanhas invertidas, que podem se estender até 320km através da crosta terrestre e entrar em seu manto, por isso são conhecidas como “raízes”.

Neste estudo do MIT, os especialistas estimaram que esta região pode conter de 1 a 2% de diamantes. Consideram o volume total das raízes cratônicas do planeta, o cálculo é 10 a 16 quatrilhões de toneladas de diamantes espalhados dentro das rochas. Isso demonstra que o diamante talvez não seja um mineral tão exótico assim, já que na escala geológica fica comprovado que ele é relativamente comum. Não podemos chegar até eles, mas ainda assim, há muito mais diamante do que jamais pensamos antes”, explicou o pesquisador do Departamento de Ciências Terrestres, Atmosféricas e Planetárias do MIT, Ulrich Faul.

Estudo partiu de uma ‘anomalia’ de ondas sonoras
Foto: MIT/Divulgação

Nas últimas décadas, agências como a United States Geological Survey mantiveram registros de atividade sísmica em todo o planeta – essencialmente, ondas sonoras viajando pela Terra que são desencadeadas por terremotos, tsunamis, explosões e outras fontes de tremores. Ao redor do mundo existem milhares de receptores que captam ondas sonoras dessas fontes, que variam em velocidade e intensidade, e os dados são usados por sismólogos para determinar, por exemplo, onde se originou um terremoto.

Além disso, essa informação possibilita a construção de uma imagem de como seria o interior da Terra, por meio dos dados gerados pelas ondas sonoras que se movem em várias velocidades, dependendo de densidade, composição e temperatura das rochas. “Os cientistas usaram essa relação entre a velocidade sísmica e a composição das rochas para estimar os tipos de rochas que compõem a crosta terrestre e partes do manto superior, também conhecida como litosfera”, exemplifica o MIT.

Seguindo este raciocínio, os cientistas não conseguiram, no entanto, explicar uma curiosa anomalia: as ondas sonoras tendem a acelerar significativamente quando passam pelas raízes dos antigos crátons. Como estes são mais frios e menos densos do que o manto circundante, os crátons deveriam produzir, segundo o cálculo científico, ondas sonoras ligeiramente mais rápidas, mas não tão rápido quanto o que foi medido. Foi a partir deste “problema” que o projeto de estudo dos diamantes começou, usando, pela primeira vez, dados sísmicos do USGS e de outras fontes para gerar um modelo tridimensional das velocidades das ondas sísmicas viajando através dos principais crátons da Terra.

 

 

Fonte: Correio Braziliense

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