Exposição apresentará 300 tesouros, muitas das quais inspiradas nos temas e na estética japoneses
Por Débora Rodrigues
“Os mundos de Chaumet” – também conhecido como “Les Mondes de Chaumet” – virou uma exposição aberta no Mitsubishi Ichigokan Museum de Tóquio. E o evento promete ser imperdível: mais de 300 tesouros brilhantes estarão à mostra, incluindo um capacete papal enfeitado com uma esmeralda de 114 quilates.
Para os amantes de arte e joias, o formato da exposição será familiar: os visitantes são guiados através de oito seções temáticas apresentando a história da maison, savoir fare e style através de 300 criações de joalharia – muitas das quais inspiradas nos temas e estética japoneses – que remontam aos tempos modernos de 1780, juntamente com arte e peças de arquivo inéditas. Além de joias, há desenhos de arquivo e fotografias de época que traçam mais de dois séculos de história, cultura e know-how da joalheria, com uma seção especial dedicada a Chaumet e no Japão.
A apresentação dentro do espaço não será nada monótona. O joalheiro criou beacons dentro das várias seções da exposição, que enviam notificações para os visitantes que estão usando o aplicativo de mídia social, Line. Esses visitantes interessados em tecnologia podem clicar nas notificações para acessar imagens exclusivas, vídeos e textos que vão além das informações fisicamente disponíveis no museu.“É uma maneira muito diferente de compartilhar informações. Social e digital estão presentes no mundo em grande forma, então estamos evoluindo ”, diz Guillaume Robic, diretor de patrimônio da marca”. E não é apenas a tecnologia que faz as pessoas experimentarem. Chaumet também usará tecnologia de vídeo ao longo do espaço.
O destaque da seção final da exposição, o Chant du Printemps – a peça favorita de Robic – é lindo por si só. Uma ode à delicadeza da natureza, o motivo do design do conjunto de joias é inspirado nas famosas flores de cerejeira do Japão, e isso é enfatizado através da elaborada instalação de vídeo que apresenta pétalas de flores flutuantes e dançantes enquanto exibe o conjunto de joias no meio. A curadora do museu e patrimônio da marca, Béatrice de Plinval, diz: “No final das contas, você não pode comprar arte e emoção na internet.” Sua peça favorita no museu, aliás, é a hortênsia da rainha Hortensia, broche que a monarca havia presenteado a um mosteiro beneditino suíço Einsiedeln, em 1816.
“A França teve uma relação de longa data com o Japão e para a Maison Chaumet esse show foi uma oportunidade para demonstrar sua curiosidade pelo exótico”, disse Henri Loyrette, o famoso ex-diretor do Louvre e do Musée d’Orsay, que foi curador a apresentação. “Essa curiosidade continua hoje para inspirar a criação contemporânea de Chaumet”, acrescentou ele.
