Fenômeno raro é explicado pela origem ígnea do mineral
Por Erica Mendes
Desde maio, o vulcão Kilauea, localizado no Havaí, está em erupção, causando muitas devastações no estado norte-americano dos EUA. No entanto, o poder destrutivo da natureza também tem suas belezas. Diversos relatos e postagens na internet mostram que, junto com os agressivos fluxos de lava, o vulcão tem expelindo pequenas pedras verdes, conhecidas como peridotos, nas ruas e praias da ilha.
Segundo o gemólogo Daniel Berringer, esse fenômeno geológico raro é explicado “pelo fato do peridoto ser uma rocha ígnea, também conhecida como rocha eruptiva ou magmática, que está relacionada ao processo do vulcanismo”. O termo ígnea é derivado do latim ignis que significa fogo.
Do grupo das olivinas, o peridoto é quimicamente constituído de silicato de magnésio e ferro. E uma das teorias que explica a chuva desse mineral é justamente a sua composição, pois a violência das recentes erupções espalhou o magma para o ar, onde as altas temperaturas de cristalização dos silicatos de ferro e do magnésio permitiu que se transformassem rapidamente em pedras de olivina antes de atingir o solo. Com isso, a rocha quente derretida é expelida pelo ar e os peridotos chovem no solo.
Apresentando cores que variam do verde amarelado ao amarelo esverdeado e verde amarronzado, o peridoto é um mineral frágil e delicado, de dureza 6 ½ a 7 na escala de Mohz, encontrado facilmente e abundantemente no mundo, sendo identificado, inclusive, em meteoritos, na Lua e em Marte. Sua produção está concentrada no Paquistão, Mianmar, China e EUA. Há ocorrência também no Brasil, no solo mineiro, porém sua produção aqui é quase nula.