Entenda o que pode estar por trás desse tipo de consumo
Por Cláudia Santana
Ainda é cedo para prever o que vai acontecer com a economia mundial depois do coronavírus e com o mercado joalheiro. Espera-se uma forte recessão, mas já se nota uma movimentação positiva nas vendas de luxo onde a vida começa a voltar à normalidade após a quarentena.
Na China, primeira nação a enfrentar esse problema, tão logo as restrições sociais passaram a ser aliviadas, os chineses começaram sair à rua e voltaram às compras. Segundo a Bloomberg, tem crescido a venda objetos de luxo, inclusive joias.
A Burberry e a Gucci registaram um crescimento das vendas. Já a Chanel localizada em Hangzhou teve até filas de clientes na porta da sua loja. Para o psicólogo e médico clínico geral Roberto Debski, esse comportamento pode ser devido a diversas dinâmicas psicológicas.
“As pessoas se viram repentinamente sujeitas a uma doença ameaçadora e em isolamento social, sujeitas à notícias alarmantes, fake news, imersas em informações pessimistas, o que gerou ansiedade e insegurança. No momento em que essas medidas começam a ser relaxadas, que a ameaça parece diminuir, muitas pessoas podem sentir um desejo de se sentirem compensadas, um comportamento indulgente que pode explicar o consumo crescente de objetos, inclusive os mais caros”, explica Debski.
Na opinião do psicólogo, devemos acompanhar esse movimento para entender como ele se dará e as futuras tendências daqui por diante em relação a hábitos, comportamentos e consumo. “Poderá haver a tendência mais ou menos universal à indulgência, porém nas classes menos favorecidas o consumo será de bens e serviços de menor valor, enquanto nas classes mais favorecidas o consumo poderá ocorrer na aquisição de objetos e serviços mais caros”, destaca. “O tempo mostrará como se dará esse movimento”.
