Evento exibe joias e histórias das mulheres negras que transformaram a economia no Brasil Colônia
Por Monique Sousa*
Na última quarta-feira (6), com o som envolvente da Banda Didá e a presença das irmãs da Irmandade da Boa Morte, foi inaugurada a exposição ‘Dona Fulô e Outras Joias Negras’ no Museu de Arte Contemporânea (MAC), localizado no bairro da Graça, em Salvador. A mostra, que conta com o apoio do Governo do Estado da Bahia, da Secretaria de Cultura (Secult) e do Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), destaca o protagonismo das mulheres negras que, durante o período colonial, impulsionaram a chamada “economia da liberdade” por meio de atividades que garantiam autonomia financeira.
sobreviveram à escravidão. Dedicada à trajetória de Florinda, conhecida como Dona Fulô, a exposição apresenta uma coleção rara de Joias de Crioula, peças emblemáticas que refletem a riqueza cultural e a resistência dessas mulheres em meio às adversidades da época. As joias, acompanhadas de fotografias, vestimentas e objetos decorativos, proporcionam um mergulho nos costumes e no cotidiano das mulheres negras durante o Brasil Colônia.
O governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues, marcou presença no evento e destacou a importância da exposição para a formação cultural dos jovens. “Espero que até fevereiro, a juventude visite esta exposição e estude sobre ela, pois trata-se da história de uma mulher que carrega lições valiosas para todos nós”, afirmou Rodrigues, incentivando estudantes e visitantes a se aprofundarem nesse capítulo da história brasileira.
A exposição ‘Dona Fulô e Outras Joias Negras’ celebra esse legado feminino e negro. Com mais de 150 peças da coleção de joias de crioula e 22 artistas contemporâneos, a mostra apresenta a riqueza material e cultural acumulada por essas mulheres ao longo dos séculos.
Mulheres negras, vindas da África ou nascidas no Brasil, marcaram profundamente a história do nosso país. Escravizadas, libertas ou escravas de ganho, elas transformaram a colônia com sua coragem e resistência. Mesmo tendo enfrentado discriminação e dor, suas contribuições foram revolucionárias.
A mostra faz parte da programação do Grupo de Trabalho de Cultura do G20, que este ano ocorre em Salvador e discute temas relevantes para a cultura global. A ministra da Cultura, Margareth Menezes, destacou o valor simbólico do evento, principalmente durante o ‘Novembro Negro’. “Esta é uma exposição que celebra a força e o simbolismo da história das mulheres negras, fortalecendo a cultura brasileira em um momento de reconhecimento e reparação histórica”, afirmou a ministra.
O acervo fica aberto ao público até o dia 16 de fevereiro de 2025, com o funcionamento das 10h às 18h, e entrada gratuita. A expectativa é que, ao longo desse período, a exposição contribua para o entendimento da relevância histórica e cultural das mulheres negras no Brasil.
*Por Monique Sousa, com revisão de Kátia Borges, para Notícias Avera