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Exposição mostra que a joalheria vai além da beleza

Exposição mostra que a joalheria vai além da beleza

Exposição mostra que a joalheria vai além da beleza

The Body Transformed revela o que é realmente a joia e quais os significados que ela transmite

Débora Moura

A nova exposição do Metropolitan Museum of Art de Nova Iorque, “Jewelry: The Body Transformed” estará em cartaz até fevereiro de 2019 e promete levantar discussões sobre o significado das joias muito além do seu papel estético. A mostra deve ser vista por todos que procuram entender o que é a joalheria e o que ela representa na história da humanidade.

Para realizar essa exposição, seis curadores se reuniram para investigar o que é realmente a joia e quais os significados que ela transmite. O resultado para todas essas questão se tornou em um espetáculo imperdível. A mostra destaca 230 objetos criados entre 2.600 aC até os dias atuais. A coleção é organizada não pela linha do tempo nem pela civilização, mas pelo tema, e trata cada peça como mais uma escultura em miniatura do que como um acessório estilístico voltado para fora.

A curadora Melanie Holcomb falou sobre as ideias que ela e a equipe curatorial enfrentaram quando montaram essa exposição, que reúne peças diversas, inclusive esculturas e pinturas – que esclareceram como os seres humanos foram impactados pelas joias no tempo e no espaço. O catálogo que acompanha a exposição é repleto de insights fascinantes sobre o papel profundamente significativo que a joia tem desempenhado em nossa sociedade compartilhada.

Segundo a curadora, ao focar na interação da joia com o corpo humano – e sobre o corpo humano, esta exposição traz um elemento-chave que está faltando em estudos anteriores sobre o assunto. “Adornar o corpo é, na verdade, uma das atividades mais complicadas e significativas em que os seres humanos se envolvem. Usamos joias para aplacar medos, despertar o desejo e provocar admiração. Esses pequenos objetos nos permite expressar algumas das nossas maiores aspirações”, explica Melanie.

As vitrines da exposição são verdadeiros esplendores. Em algumas delas as pedras preciosas representaram uma parte preciosa dessa refinada estética cosmopolita. Há antigas peças do centro global de mineração de ouro da África Ocidental, bem como da Grécia helenística; tesouros da virada do século criados por Louis Comfort Tiffany e, até joias da Tiffany & Co. que que contam histórias e revelam paixões.

Nesta exposição, as joias nem sempre têm a intenção de surpreender. Uma série de ornamentos de cabelo japoneses do período Edo, ou Kanzashi, que demonstram sutileza; enquanto outras peças, como uma considerável variedade de joias em pérolas e outros acessórios de noiva reafirmam as noções tradicionais de papéis femininos ao longo da história.

A mostra também considera qualidades culturais mais amplas e universais, incluindo espiritualidade, realeza e divindade. A joalheria tem sido associada há muito tempo ao comportamento metafísico, usado durante milênios e em diferentes culturas para invocar espíritos, apaziguar deuses e invocar ancestrais. Destes últimos, vários objetos expostos das Ilhas do Pacífico exibem materiais e imagens de animais – a fragata, por exemplo – pensada para despertar antigos membros da família de sua morte. Na seção da realeza, joias deslumbrantes da aristocracia europeia do século XIX se misturam a anéis opulentos da elite ptolomaica, com o objetivo de acentuar poder e autoridade. “Você é o que você veste, e é no vestir que você se torna. Sua relação íntima com o corpo há muito tempo confere à joalheria uma autoridade especial para garantir a identidade e a integridade de seus proprietários”, lembra Melanie.

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