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Hobby de mãe e filho na pandemia vira marca de joias que fatura R$ 150 mil

Hobby de mãe e filho na pandemia vira marca de joias que fatura R$ 150 mil

Hobby de mãe e filho na pandemia vira marca de joias que fatura R$ 150 mil

Bianca Santini começou a fazer pulseiras de miçangas e de macramê para entreter o filho de 6 anos. A brincadeira virou a Mar Joias, fundada em 2022

Por Luana de Andrade*

Brinco com pedras de Turmalina Melancia Brasileira, da Mar Joias — Foto: Divulgação  

Isolada em casa durante a pandemia, Bianca Santini, 46 anos, começou uma nova atividade para entreter o filho Joaquim, na época, com seis anos: fazer pulseiras. O trabalho com miçangas e elásticos já vinha interessando o pequeno desde o fim de 2019. Com o isolamento, Santini decidiu aproveitar o tempo com filho para confeccionarem juntos.

Os dois foram pegando gosto pela brincadeira, o que levou a mãe a buscar outros materiais e métodos para a produção de acessórios, como o macramê. “Com o tempo, comecei a fazer pulseiras mais elaboradas, com pedras que eu gostava, mais delicadas. O Joaquim ainda brincava, mas eu comecei a fazer as minhas no meu tempo, pesquisando cada vez mais para aprimorar o que eu fazia”, conta a empreendedora.

Depois de fabricar, com Joaquim, chaveiros com pedras para presentearem a família no Natal de 2020, no início do ano seguinte Santini começou a criar mais peças para ela e para algumas pessoas próximas. Na época, a ideia ainda era apenas um hobby, mas a empreendedora queria usar materiais para acabamentos que trouxessem cada vez mais excelência para a confecção.

Foi quando Santini foi visitar a fábrica de prata de uma amiga, em busca de fechos para pulseiras. Lá, ela foi apresentada a outros produtos para a produção de acessórios. “Aquilo me deu um estalo e, um tempo depois, quando peguei Covid e precisei ficar isolada no quarto de casa, comecei a montar um projeto com tudo o que eu queria fazer. Ainda levando como uma brincadeira”, lembra.

Durante a semana que passou sozinha para se recuperar do vírus, em fevereiro de 2022, a empresária criou o nome Mar Joias, o logo, a identidade da marca e definiu os produtos que produziria. A ideia era apenas criar uma conta no Instagram para manter a atividade como um passatempo e compartilhar com pessoas próximas.

Formada em economia, Santini já tinha experiência como empreendedora. Depois de 11 anos trabalhando no negócio da família, no mercado de varejo de calçados, a empresária trabalhou com a gestão de lojas físicas de franquias de diferentes segmentos, como moda intima e perfumaria. Pouco antes da pandemia, ela encerrou as atividades como franqueada e decidiu apostar na carreira executiva, como consultora de negócios.

Assim, durantes os primeiros meses da Mar Joias, Santini manteve a atividade em paralelo com a carreira. Cada vez mais interessada na produção das joias, em agosto de 2022, ela decidiu se dedicar exclusivamente ao próprio negócio. Com a decisão, a empreendedora criou um site para a marca e começou a produzir todas as peças sob demanda, artesanalmente e com matérias-primas de qualidade. Ao final do ano, a empresa já somava 222 itens vendidos. 

O crescimento da marca

Com o objetivo de fazer o negócio crescer, em 2023, Santini decidiu ampliar os canais de vendas, que, até então, se limitavam à loja online e às redes sociais. Ainda com a produção em casa, a empresária começou a levar as joias para eventos presenciais que fazia em colaboração com outras lojas.

O impacto do contato físico com os clientes levou Santini a montar um showroom em julho do ano passado. Localizado em Pinheiros (SP), o espaço é destinado à produção das peças e às visitas das consumidoras, que podem marcar um horário com a empreendedora para a criação de joias personalizadas.

Além do showroom e dos eventos, Santini faz venda física em uma unidade da Casa 22, loja formada por um coletivo de marcas. Com o crescimento do comércio presenciais aliado ao comércio digital, a Mar Joias faturou 150 mil em 2023, um crescimento de 133% em relação ao ano anterior.

“Em um ano, eu consegui aumentar meu mix de produtos, melhorar a qualidade e crescer em variedades de coleções. Comecei com pérolas e poucas pedras, depois consegui explorar fornecedores locais com pedras brasileiras e fui abrindo o leque para produtos mais diferenciados, exclusivos, autênticos e sempre com matérias-primas de qualidade”, comenta.

Segundo Santini, cada passo da marca foi acompanhado pelo filho Joaquim, que se considera o criador do negócio. “Ele tem um senso muito forte de pertencimento. Ele sabe de todas as pedras, quer estar sempre no espaço da marca, se interessa por tudo o que acontece na Mar Joias”, afirma a empreendedora. Mantendo o vínculo com a criação que começou em casa, o trabalho com macramê continua fazendo parte do portfólio da loja, agora acompanhado de cristais naturais.

Atualmente, além da produção própria, a empresária conta com uma fabricante terceirizada, que produz cerca de 30% das peças. A expectativa para 2024, é continuar expandindo os canais de venda com novas parcerias com lojas físicas. A projeção é que 750 peças sejam vendidas até o final do ano, entre pulseiras, brincos e colares, gerando um faturamento de R$ 240 mil.

*Luana de Andrade para Revista Pequenas Empresas, Grandes Negócios

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