Vídeo que viralizou nas redes sociais com jogadores de futebol comendo carne com folha de ouro 24k gerou dúvidas sobre os riscos do consumo do metal à saúde
Nos últimos dias, viralizou nas redes sociais um vídeo que mostra alguns jogadores da atual seleção brasileira, o atacante Vinícius Júnior e o zagueiro Éder Militão, com o ex-craque Ronaldo comendo uma carne folheada a ouro em um restaurante no Qatar. A postagem foi feita no perfil do Instagram do chef Nusret Gökçe e chamou a atenção não só pelo valor do prato, algo em torno de R$ 9 mil, mas pela aplicação de um metal precioso em um alimento.
Apesar de não ser inédito o uso do ouro em bebidas e comidas, principalmente, na confeitaria, muita gente ficou em dúvida se o metal pode ser ingerido e se não há nenhum risco para a saúde.
De acordo com Flavia Auler, coordenadora do curso de nutrição da PUCPR, “ouro comestível é puro, sem mistura com outros metais. No nosso corpo, ouro não é absorvido, não tem nenhum sítio de absorção, tanto no estômago, intestino. Nenhuma enzima ou suco gástrico. Entra ouro e sai ouro”. Ou seja, diferente do ouro usado nas joias, que é misturado com outros metais para dar dureza à peça, o ouro usado na alimentação é puro, 24 quilates, apresentado em folhas, flocos ou em pó, e não tem nenhum gosto. No vídeo, a carne que os jogadores comeram é envolta em folhas, semelhantes a um papel alumínio, porém bem mais finas.
Ainda segunda a nutricionista, nenhuma reação química do organismo humano depende do ouro, indicando que a sua ingestão não tem nenhuma repercussão, seja benefício, malefício e até mesmo valor nutricional. “O uso é mais uma reação cultural e até de ostentação”, afirma
Cautela no consumo
O cirurgião cardiovascular e orientador em nutrologia Edmo Atique Gabriel explica que ainda não existe nenhuma diretriz sobre o consumo de produtos com ouro 24 quilates por ausência de estudos. Segundo ele, o consumo esporádico não preocupa, porém, é recomendável evitar que a prática se torne um hábito. “A recomendação seria não ter ingestão frequente. Não deve ser prática usual, até pela falta de propósito, porque o ouro não deixa o alimento mais gostoso. Seria muito atípico ter hábito de se alimentar com carne com ouro”, finaliza