Mais de 90% das alunas do Instituto Elabora Social já trabalham na área
Com apoio de grandes empresas como Vale e Bradesco, o Instituto Elabora Social criou um curso de joalheria voltado para a qualificação profissional de mulheres com 18 anos ou mais, com renda per capita de até um salário-mínimo e meio e com 30% das vagas destinadas à cota racial.
A iniciativa tem como principal objetivo o impacto social por meio da capacitação profissional de mulheres em um setor majoritariamente masculino.
“Em parceria com o Senai-RJ e a Firjan, referências no ensino técnico no Brasil, conseguimos atrair o apoio do Instituto Cultural Vale, do Bradesco e do Sistema AJORIO (Associação dos Joalheiros e Relojoeiros do Estado do Rio) para essa iniciativa”, explica Nathalie Kuperman, idealizadora e Presidente do Instituto Elabora Social. “Assim estamos conseguindo desafiar paradigmas de um setor ainda marcado pela desigualdade, ao capacitar mulheres em profissões tradicionalmente dominadas por homens, como a ourivesaria.”
Os resultados começaram a aparecer
Mais de 90% das alunas da primeira turma — chamada Ametista — já estão empregadas no mercado de joias e bijuterias apenas seis meses após a formatura. A próxima turma já tem data para começar: fevereiro de 2025.
O programa tem duração de aproximadamente oito meses e oferecerá aulas de História da Joalheria, Desenho de Joias, Técnicas de Ourivesaria Básica e Avançada, Cravação, Desenvolvimento de Coleção, Modelagem 3D e Empreendedorismo.
Durante o curso, todas as ferramentas e materiais são disponibilizados para as alunas, que recebem auxílio transporte e ticket alimentação.
Como etapa final do curso, cada aluna desenvolve uma peça autoral que reflete não só seu aprendizado técnico, mas também sua identidade e trajetória. As criações das atuais alunas foram reunidas na exposição “Corporalidades“, que esteve em cartaz este ano no Instituto Inclusartiz e na ArtRio, maior feira de arte da América Latina.
O curso também acolhe mulheres refugiadas, em parceria com a Organização Internacional para as Migrações (OIM), uma agência do sistema ONU.
“O Elabora Social está convidando marcas, empresários e entidades a fazerem parte dessa mudança. Seja com doações de metal e pedras, apoio financeiro, oportunidades de estágio ou visibilidade para o projeto”, afirma Nathalie. “Cada colaboração fortalece o propósito de criar um mercado joalheiro mais inclusivo e representativo.”