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Intenção de consumo das famílias cresce pelo oitavo mês consecutivo

Intenção de consumo das famílias cresce pelo oitavo mês consecutivo

Intenção de consumo das famílias cresce pelo oitavo mês consecutivo

Por Gabriel Moura

Indicador teve alta de 5,5% em relação a janeiro e atinge o maior patamar desde abril de 2015

O ano começou pra valer agora e já demonstra que está favorável ao comércio, é o que indica o estudo da FecomercioSP.  Em fevereiro o Índice de Intenção de Consumo das Famílias (ICF) atingiu 94,3 pontos, o maior patamar desde abril de 2015. Em comparação a janeiro, o indicador teve alta de 5,5%, o maior avanço mensal desde dezembro de 2012.  Já em relação ao mesmo período do ano passado, a alta foi de 21,5%, quando o ICF marcava 77,6 pontos.

O ICF é apurado mensalmente pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP). O indicador varia de zero a 200 pontos, sendo que abaixo de 100 pontos significa insatisfação e acima de 100, satisfação em relação às condições de consumo. De acordo com a entidade, pelo terceiro mês seguido, todos os sete itens que compõem o ICF cresceram na comparação mensal. O destaque ficou por conta do item Renda atual, que apresentou o maior ganho em pontos, passando de 98,5 pontos em janeiro para 104,9 pontos em fevereiro. As altas mensais foram de 6,5%, em comparação a janeiro, e de 23,7%, no contraponto anual.

A FecomercioSP divulgou que essa é a última vez que esse item ficou acima dos 100 pontos foi em maio de 2015. A entidade afirma que houve um aumento de oito pontos porcentuais, de 25% para 33%, dos paulistanos que disseram que a renda de sua família está melhor do que há um ano. Os outros dois itens que estão no patamar de satisfação são os relacionados ao emprego. O item Emprego atual apontou alta de 4,8%, ao atingir 112,4 pontos em fevereiro. Além de mais seguros no cargo em que ocupam no momento, os paulistanos (55%) também projetam um cenário de mais oportunidades para o responsável pelo domicílio nos próximos seis meses. O item Perspectiva profissional subiu 4,4%, chegou aos 116,8 pontos e ficou como o item de melhor avaliação do ICF no mês.

 

Paulistanos estão deixando de ser cautelosos em relação aos gastos

De acordo com a assessoria econômica da Entidade, o crescimento da satisfação com a renda e com o emprego é crucial para que haja disponibilidade de aumento do consumo. E os paulistanos continuam, cada vez mais, deixando de ser cautelosos nos seus gastos. O item Nível de consumo atual registrou alta de 6% na comparação mensal, atingindo os 63,8 pontos. Apesar do avanço é o item com a avaliação mais baixa do ICF no mês: 51% dos entrevistados afirmaram que estão consumindo menos do que há um ano, enquanto em fevereiro do ano passado esse porcentual era de 60%.

O item Perspectiva de consumo seguiu a mesma tendência e passou dos 91,9 pontos em janeiro para os 96,5 pontos em fevereiro, alta de 5% e na comparação anual, a variação foi de quase 40%. Por enquanto, são 31% que disseram que devem consumir mais nos próximos meses e 35% que devem diminuir. Há um ano essa relação estava em 22% e 52%, respectivamente.

Segundo análise da Federação, os paulistanos parecem ter aproveitado as oportunidades que surgiram com as liquidações de início de ano, principalmente em relação aos bens duráveis. O item Momento para duráveis avançou 8,4% e chegou aos 74,6 pontos. Na comparação anual, o aumento foi de 31%. Ainda tem uma maioria (59%) que diz que é um mau momento para compras de produtos como TV, carro, geladeira etc. No entanto, em fevereiro do ano passado, esse porcentual estava em 69%.

O item Acesso a crédito, por sua vez, subiu 4,6%, oitava alta seguida, e chegou a 90,9 pontos. Para 30% dos entrevistados, está mais fácil conseguir empréstimo para compras a prazo, e para 39%, mais difícil. No início de 2017, eram 22% que responderam que havia mais facilidade, contra 51%.

Em relação às faixas de renda, a FecomercioSP destaca que ambas registraram crescimento nos seus índices. A maior evolução, tanto em pontos quanto em variação, foi das famílias com renda superior a dez salários mínimos, que passou de 97,2 para 104,1 pontos, alta de 7,1%. Esse índice não ficava acima dos 100 pontos desde março de 2015. E, dos sete itens que compõem o ICF desse grupo, cinco já estão no patamar de satisfação. Ou seja, em termos gerais, as famílias com renda mais elevada estão satisfeitas com o emprego, renda e consumo.

Para a FecomercioSP essa sequência positiva do ICF, aproximando-se dos 100 pontos, é um termômetro que indica que o setor deve ter um ritmo mais elevado de vendas neste ano, uma vez que a intenção de consumo aumentou quase 22% em um ano. Ainda segundo a Entidade, a inflação e os juros em queda favorecem a ampliação do consumo, conjuntamente com a melhora do mercado de trabalho, formal ou informal. Portanto, a tendência do ICF continua positiva e pode passar ao nível “satisfatório” ainda no primeiro semestre. É o que os empresários que atuam na região mais desejam.

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