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Nart Studio: marca de joias de Pedro Nart

Nart Studio: marca de joias de Pedro Nart

Nart Studio: marca de joias de Pedro Nart

Promessa da nova geração da joalheria brasileira, a Nart Studio é o nome por trás das joias que deram o que falar no último desfile da Herchcovitch

O designer Pedro Nart — Foto: Divulgação/Caia Ramalho

Por Isabel Junqueira*

Em 2016, enquanto estudava na Belas Artes, em São Paulo, Pedro Nart começou a frequentar uma oficina de ourivesaria. O que era para ser uma visita única para recriar o anel perdido de um amigo acabou recalculando completamente a sua rota profissional. Decidiu alugar um espaço na bancada para ter um aprendizado informal paralelo ao curso de artes plásticas. “Fiquei encantado pela alquimia do processo, de poder manusear o metal e trabalhar com o fogo, sem falar de todo o aprendizado sobre as gemas. Encontrei uma nova plataforma para me expressar e comercializar meu trabalho”, conta o designer de 29 anos, cujas joias voluptuosas em colaboração com Alexandre Herchcovitch roubaram os olhares no desfile de verão 2023/24 do estilista.

Foi nessa época de experimentação que surgiu o anel Garras. “Eu não sabia soldar direito, então resolvi virar a ponta das extremidades da prata como se fossem as unhas afiadas de aracnídeos”, relembra sobre a gênese do seu modelo-assinatura, que hoje ele revisita associando o metal com pedras naturais. A produção caseira logo chamou a atenção pela verve autoral e Nart chegou a vender algumas peças no boca a boca e em multimarcas como a Cartel 011. Ele sabia, no entanto, que havia chão pela frente antes de se dedicar exclusivamente à sua própria marca. Depois de uma experiência na equipe de criação de Mario Pantalena, diretor da tradicional joalheria paulistana Gioielli Pantalena, com quem lançou uma coleção, foi estudar alta-joalheria no Istituto Marangoni, em Milão. Durante a estadia de pouco mais de um ano, assessorou Petteri Hemmilä, que assina acessórios da Dsquared2, Redemption e Faith Connexion.

Divulgação/ Caia Ramalho

Desde sua volta ao Brasil, em 2019, Nart profissionalizou aos poucos sua marca: deixou de fazer tudo sozinho, abriu uma loja online e começou, há dois anos, uma parceria frutífera com Alexandre Herchcovitch. Desde que Alexandre reassumiu a marca homônima, Nart passou a assinar as bijoux dos desfiles – a dupla de designers (e namorados!) ainda abriu a L27, loja que dividem desde o ano passado na galeria Metrópole, no Centro de São Paulo. “Alexandre e eu não alinhamos muito as inspirações das roupas coma das joias. Gostamos do contraste”, explica. Quando se conheceram, Nart estava criando uma coleção inspirada nos ossos de criaturas imaginárias do artista Walmor Corrêa. Uma declinação desse trabalho tem tudo a ver com a iconografia de Herchcovitch – ornou os modelos da coleção inverno 2023.

Em Vuoto, “vazio” em italiano e nome da sua mais recente colaboração, Nart se inspirou na eletroformação, técnica italiana para produzir peças ocas e leves, que há muito tempo o fascina. Em contraponto, ele criou justamente itens mais “carnudos”, com formas arredondadas e fluidas. “Meu primeiro pilar sempre foi o da escultura, de fazer moldes e trabalhar com a minha mão sem ter uma ideia muito definida”, conta. Recentemente, começou a desenhar em 3D para poder prototipar seus primeiros designs de mobiliário, que podem ser vistos na L27. Este ano, ainda deve lançar uma linha mais exclusiva, com pedras preciosas. “Venho curando isso na minha cabeça, mas sem muita pressa. Tudo tem seu tempo.”

Divulgação/ Caia Ramalho

* Isabel Junqueira para Vogue

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