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O joalheiro que começou na 25 de Março e conquistou as estrelas do agro

O joalheiro que começou na 25 de Março e conquistou as estrelas do agro

O joalheiro que começou na 25 de Março e conquistou as estrelas do agro

Foi vendendo bijuterias porta a porta que o goiano Paulo Teixeira chamou a atenção de celebridades como Marília Mendonça, Paula Fernandes e Gusttavo Lima

Por Adriana Ferraz*

Paulo Teixeira ‘veste’ a médica Daniela Rocha com colar de diamantes (Claudio Gatti/VEJA) 

Quem visita o ateliê de joias exclusivas do designer Paulo Teixeira nos Jardins, em São Paulo, não faz ideia de como nem onde começou a carreira do joalheiro das estrelas, que ‘veste’ celebridades como Ivete Sangalo, Simone Mendes, Paula Fernandes, Virgínia Fonseca, Deborah Secco e Neymar.  Há mais de 20 anos, o escritório do goiano era outro: a Rua 25 de Março, maior centro de comércio popular do país. 

“Era lá que eu comprava as bijuterias que vendia em Goiânia, onde nasci. Uma amiga me convidou para vir com ela um dia e eu topei. Passamos a noite no ônibus e, pela manhã, estávamos lá escolhendo peças para o mostruário. Estava terminando o curso de administração na época e gostei muito da área”, conta Teixeira, que faz joias avaliadas em mais de 1 milhão de reais.  

No início, as compras eram destinadas a lojistas, mas com o passar do tempo, Teixeira começou a criar suas próprias coleções.  “Foi muito natural. Escolhia as peças, montava as bijus e vendia de porta a porta. Dei tão certo que um dia arrisquei fazer o mesmo com ouro e foi aí que tudo deslanchou”, conta. 

O divisor de águas na carreira aconteceu quando a cantora Marília Mendonça, morta em um acidente aéreo em 2021, encomendou um colar de esmeraldas. “Nós desenhamos o modelo juntos e ela escolheu a pedra. Quando ficou pronto ela fez uma selfie e postou. No outro dia, todo mundo estava atrás de mim. Foi um sucesso, mudou a minha vida”, lembra o designer. Depois dela, vieram Ivete Sangalo, Gusttavo Lima e Neymar, que encomenda peças para leiloar nos eventos de seu instituto. 

De boca em boca, Teixeira virou primeira opção para clientes que buscam uma joia sob medida para momentos especiais, como casamentos. Neste caso, o designer acompanha os preparativos e, principalmente, a escolha do vestido para que sua peça converse com a roupa. “Eu proponho o desenho e faço várias provas até chegarmos ao resultado esperado”, diz. 

A médica Daniela Rocha, também de Goiânia, faz hoje a mesma viagem de Teixeira, mas para aprovar o colar de diamantes que o joalheiro está fazendo para sua cerimônia de casamento.  “Eu comprava bijuterias dele e hoje compro joias. Crescemos juntos, como muita gente da nossa cidade, que hoje é sinônimo de qualidade de vida”, afirma Daniela, que foi recebida com bombons e champanhe no ateliê dos Jardins.

Goiânia

A evolução econômica da capital de Goiás, mostrada em reportagem de VEJA da edição desta semana, está diretamente ligada ao agro.  Em 2023, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a agropecuária brasileira cresceu 15,1%, movimentando 677,6 bilhões de reais e puxando para cima o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil, que aumentou 2,9% em relação a 2022.  A alta recorde do setor — o número é o maior da série histórica, iniciada em 1995 — tem impacto direto nos estados produtores, como Goiás, onde a expansão do PIB foi de 4,4%, bem acima da taxa nacional.

O sertanejo também colabora para esse boom pelo qual a cidade passa nos diversos setores, como imobiliário e de serviços.  “A música e os artistas movimentam demais a cidade e atraem as pessoas”, diz Teixeira, que vai onde o cliente estiver. “Ainda atendo porta a porta, se precisar. Como nos velhos tempos.”  
*Adriana Ferraz para Veja

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