Como o comportamento do consumidor de tecnologia mudou com a quarentena?
Evolução do e-commerce, busca por mais segurança, mais conectividade, aumento do uso de meios digitais de pagamento, consolidação do home office e do homeschooling e popularização dos aplicativos de entretenimento, serviços de streaming e jogos digitais. Essas são algumas das maiores mudanças que o período de quarentena causou no comportamento de consumidores da América Latina, de acordo com um estudo feito pela empresa de inteligência de mercado IDC.
A pesquisa, que ouviu três mil consumidores da Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, México e Peru no mês de maio, verificou que a pandemia mudou os hábitos das pessoas em todos os aspectos, inclusive o modo de usar e consumir tecnologia. De acordo com Reinaldo Sakis, gerente de pesquisa e consultoria em Consumer Devices da IDC Brasil, as mudanças também trouxeram novas preocupações. “Com o usuário fazendo mais movimentações financeiras pelo celular e pelo computador, por exemplo, surgiu a necessidade de maior proteção a esses dispositivos”, disse o gerente da IDC Brasil.
Mas o medo com a segurança nas transações digitais não brecou o impulso pelas compras. Para cumprir o distanciamento social, muitos consumidores que ainda resistiam ao e-commerce foram seduzidos pelas facilidades e campanhas dos grandes varejistas. Para se ter ideia, no México, as compras online saltaram de 767 para 877 bilhões de pesos mexicanos. E o movimento deve continuar. No Brasil, segundo a IDC, 52% dos entrevistados pretendem fazer mais compras online e 52% disseram que ficarão online mais horas por dia, mesmo após a pandemia.
Muitos consumidores, inclusive, nem pretendem esperar a retomada das atividades normais para comprar produtos de tecnologia. Dos três mil pesquisados pela IDC nos cinco países, 23% têm a intenção de comprar online – e agora – um smartphone, 19% uma impressora, também 19% uma smart TV, 18% querem um notebook e 16% um jogo digital. Na sequência, nas intenções de compra vem tablet (14%), monitor (12%), videogame (12%), assistente digital (11%), PC (10%) e smart watch (10%)
O gerente da IDC Brasil destaca, no entanto, que as intenções de compra durante a pandemia nas duas maiores economias da América Latina são bem diferentes. “Enquanto o mexicano busca por smartphones, smart TVs e videogames, o brasileiro, com uma visão sempre mais otimista, quer consumir mais e, além desses produtos, também incluiu o notebook em sua lista de compras”, afirma.
Consumo de entretenimento
As quarentenas na América Latina também deram relevância ao PC como ferramenta para assistir a filmes, séries e outros conteúdos de entretenimento. Um estudo da IDC com a Netquest, mostrou que, entre janeiro e abril, no Brasil, houve um aumento de 25% entre os usuários da plataforma Netflix via computador, e apenas 5% via dispositivos móveis. Na Colômbia e no Peru, o crescimento de usuários de PC para acessar o serviço foi ainda maior – de quase 50% -, e entre 15 e 20% via mobile. “Além do aumento no número de usuários, as pessoas também permaneceram mais tem nesses serviços”, afirma Sakis,
Já entre os aplicativos, a preferência dos consumidores latino-americanos durante a pandemia foi pelos de entretenimento (67%), pagamentos (55%), educação (49%), colaboração (38%) e compras (22%).
Fonte: Administradores