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Prada lança primeira coleção de joias

Prada lança primeira coleção de joias

Prada lança primeira coleção de joias

Todas as peças têm ouro 100% reciclado e acompanham um cartão digital de autenticidade com a origem do metal e dos diamantes

A italiana Prada acaba de lançar sua primeira coleção de joias, a Eternal Gold.
As 48 peças (algumas feitas sob encomenda) são produzidas com ouro 100% reciclado. O metal é oriundo de uso industrial ou pós-consumo, seja de sucatas de fabricação de joias ou de placas de circuito de peças descartadas.

Cada joia acompanha um cartão digital que inclui informações sobre a origem do ouro e dos diamantes, permitindo que os clientes verifiquem, por meio de uma plataforma, a autenticidade de anéis, colares e pulseiras. “Todas as fases da cadeia de produção (metal e gema) são verificáveis e rastreáveis, prerrogativa exclusiva que não é oferecida por nenhuma outra joalheria ou casa de moda de luxo no mundo”, afirmou Timothy Iwata, diretor de joias da marca.

O design das peças traz elementos do passado para o presente. Algumas das formas mais arquetípicas da joalheria estão representadas, desde coração e cobra até correntes e brincos no formato de argola. Há também peças no logotipo triangular da Prada. Produzidas na Itália, todas as peças são volumosas e esculturais, dando-lhes um ar contemporâneo.

Joias Eternal Gold. Foto: Divulgação Prada
Joias Eternal Gold. Foto: Divulgação Prada

Uma nova interpretação da joalheria

Iwata é um dos profissionais que está ajudando a traduzir essa ‘nova-velha’ dicotomia e a dar uma nova interpretação à joalheria, com o DNA da casa italiana. “Adoramos abordar esse tópico filosófico de: O que é atemporalidade? Não precisa ser apenas antiquado.”

Campanha Prada Fine Jewelry com Somi Jeon. Foto: David Sims

Em 2021, quando se encontrou pela primeira vez com Miuccia Prada, seu co-diretor executivo e marido, Patrizio Bertelli, e seu filho Lorenzo Bertelli, que trabalha em marketing e sustentabilidade para o Grupo Prada, Iwata ficou empolgado com a linha de questionamento. Segundo ele, ao invés de focar no plano de negócios, eles começaram contemplando o significado da joalheria dentro do sistema da moda. O executivo disse ainda que eles compartilham a visão de que “vivemos neste tempo moderno, onde a ideia de status está sendo desafiada por esse novo sistema de valores”.

Iwata e a família Prada discutiram como, tradicionalmente, as joias eram construídas sobre dois pilares: materiais preciosos e noções heteronormativas de amor. Hoje, ideias progressistas sobre o amor, juntamente com o desejo de objetos mais sustentáveis ​​e de origem ética, estão desafiando esses padrões. Por isso, era importante para eles que os materiais fossem reciclados e rastreáveis, e que as peças funcionassem para diferentes gêneros em cenários pouco ortodoxos. Por exemplo: um brinco triangular de ouro reciclado que pode ser usado sozinho ou como parte de um par.

Essa intenção moderna pode ser surpreendente para aqueles que, ao longo dos anos, acompanharam a extensa coleção pessoal de joias antigas de Miuccia Prada. Uma ávida colecionadora de peças vintage, ela costuma usar diademas figurativos, broches adornados de pedras preciosas e brincos pendentes ornamentados de diferentes épocas.
Ela foi responsável por catapultar o nome de Fred Leighton para o cenário mundial em 1996, quando combinou o vestido lavanda do Oscar de Nicole Kidman com uma gargantilha de opala vitoriana do falecido negociante vintage. Em 2003, ela exibiu peças de Fred Leighton em sua loja no Soho, fazendo escolhas de estilo não convencionais, como virar tiaras de cabeça para baixo.

Mas tiaras antigas já existem e algumas contêm diamantes de sangue que nos fariam estremecer se conhecêssemos sua história. Por isso, Iwata destacou o compromisso da Prada com a transparência. “Os consumidores hoje não estão apenas comprando um produto”, disse ele. “Eles estão comprando algo que pode ser uma extensão de sua identidade, da cultura em que acreditam”.

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