Richard Mille se transforma no novo símbolo da riqueza extravagante, com modelo de apenas 1,75 milímetros de espessura e parafusos aparentes
Não é um Rolex, nem um Patek Philippe. Um relógio da marca de luxo Richard Mille é novo símbolo poderoso de riqueza para qualquer pessoa que esteja suficientemente bem-informada para reconhecer seu design único.
A grife suíça produz apenas 5.300 relógios por ano, que custam em média US$ 250 mil (R$ 1,2 milhão). Projetados para suportar altas forças gravitacionais, os relógios da marca são usados por atletas em corridas de Fórmula 1, torneios de golfe e regatas de iate. Também enfeitam os pulsos de músicos como Pharrell Williams e o rapper e ator americano Ice-T.
Parafusos ‘estéticos’
É fácil identificar um Richard Mille em seu habitat natural. Muitos deles ganham o contorno de um barril ou retângulo com bordas arredondadas – geralmente com mostradores transparentes para que as engrenagens intrincadas e com acabamento preciso fiquem à mostra.
São ousados, originais e feitos de materiais de alta qualidade, como titânio e uma versão de fibra de carbono. Um anel de parafusos geralmente fica visível ao longo do anel externo ou moldura do relógio.
“Esses parafusos foram usados para manter o case unido no passado, mas agora são mais para fins estéticos”, conta Craig Karger, fundador e proprietário da Wrist Enthusiast.
1,75 milímetros por US$ 2 milhões
Esta temporada tem sido um turbilhão de eventos e promoções da marca, com a Richard Mille subitamente por todo o lado – pelo menos entre os ricos e celebridades – apesar da relativa escassez dos seus relógios.
Este mês, a empresa está colocando oficialmente à venda o RM UP-01 Ferrari – o relógio mecânico com menor espessura do planeta, com apenas 1,75 milímetros –, por um preço de quase US$ 2 milhões (R$ 9,7 milhões). Um protótipo já foi usado pelo porta-voz da marca, Pharrell, em junho, em seu desfile de moda da Louis Vuitton, em Paris.
Em pouco mais de duas décadas, Richard Mille surgiu do nada para ultrapassar as seis principais marcas de relógios em vendas, com a receita aumentando 15% em 2022, para 1,3 bilhão de francos suíços (US$ 1,5 bilhão), de acordo com um relatório de 2023 do Morgan Stanley.
Sucesso sem precedente na História
Em comparação, a Audemars Piguet – fundada em 1875 – fabrica 50 mil relógios por ano a um preço médio de US$ 51 mil (R$ 248 mil) cada, com vendas anuais de US$ 2,27 bilhões (cerca de R$ 11 bilhões) em 2022, de acordo com o relatório.
“Embora a marca Richard Mille, fundada em 2001, não tivesse legado, os seus fundadores tinham uma visão muito clara. Seu sucesso nas últimas duas décadas não tem equivalente na indústria relojoeira suíça”, afirma o relatório do Morgan Stanley.
Fonte: Bloomberg — Nova York