Pesquisadores descobriram como os terremotos desencadeiam o processo capaz de formar enormes pepitas de ouro
Por Alessandro Di Lorenzo*
Um mistério que intriga os pesquisadores há décadas finalmente foi revelado por um novo estudo. Pesquisadores descobriram como os terremotos desencadeiam o processo capaz de formar enormes pepitas de ouro.
Formação das pepitas
- A equipe explica que o ouro se forma naturalmente no quartzo, segundo mineral mais abundante na crosta terrestre depois do feldspato.
- Mas, ao contrário de outros tipos de depósitos do material, aqueles encontrados no quartzo geralmente se agrupam em pepitas gigantes.
- Essas pepitas flutuam no meio do que os geólogos chamam de veios de quartzo, que são rachaduras em rochas ricas do material e que periodicamente são bombeadas cheias de fluidos hidrotermais das profundezas da crosta.
- Até agora, os cientistas não sabiam, no entanto, o que causava a formação de pepitas tão grandes.
- As informações são do Live Science.
O papel dos terremotos no processo
Os fluidos hidrotermais carregam átomos de ouro das profundezas e os liberam através de veios de quartzo. Isso significa que o ouro deve, teoricamente, se espalhar uniformemente nas rachaduras, em vez de se concentrar em pepitas. Esses grandes materiais formados são excepcionalmente valiosos e representam até 75% de todo o ouro já extraído do mundo.
Duas pistas ajudaram os pesquisadores a resolverem o mistério. A primeira foi que as maiores pepitas ocorrem em depósitos de ouro orogênicos, que se formam durante terremotos. A segunda foi que o quartzo é um mineral piezoelétrico, o que significa que cria sua própria carga elétrica em resposta ao estresse geológico, como o estresse gerado por terremotos.
Os cientistas descobriram que os terremotos fraturam as rochas e forçam os fluidos hidrotermais para dentro dos veios de quartzo, enchendo-os com ouro dissolvido. Em resposta ao estresse dos sismos, os veios de quartzo geram simultaneamente uma carga elétrica que reage com o ouro, fazendo com que ele precipite e solidifique.
Para testar essa ideia, a equipe simulou o efeito de um terremoto em cristais de quartzo em laboratório. Eles submergiram os cristais em um líquido contendo ouro e replicaram ondas sísmicas para gerar uma carga piezoelétrica.
O experimento confirmou que, sob estresse geológico, o quartzo pode produzir uma voltagem grande o suficiente para precipitar o ouro da solução. A simulação também mostrou que o ouro se solidifica preferencialmente em cima dos depósitos de ouro existentes em veios de quartzo, o que ajuda a explicar a formação de grandes pepitas de ouro.
Os resultados do estudo, no entanto, não dão aos geólogos e empresas de exploração novas pistas sobre onde minerar pepitas de ouro. Por outro lado, agora será possível reproduzir grandes pepitas em laboratório.
Por Alessandro Di Lorenzo, editado por Lucas Soares para Olhar Digital