Joalheria acompanha movimento de outras marcas americanas que suspenderam tanto a compra do diamante russo quanto a venda de joias com essa gema
A pressão para as empresas excluírem produtos russos de suas cadeias de suprimentos tem aumentado severamente no último mês. Em nota divulgada pela Bloomberg a partir de uma declaração da Tiffany & Co., a joalheria interrompeu a compra de novos diamantes extraídos na Rússia desde o dia 21 de março.
A icônica grife do porta-joias azul detalhou que suas restrições são semelhantes as divulgadas no início do mês pela Signet Jewelers Ltd. (importante varejista de joias com diamantes, sediada em Ohio, proprietária da Zales and Kay Jewelers): estão proibidas as compras de novas gemas, ou seja, os diamantes russos ainda estarão disponíveis nas respectivas lojas nos próximos meses, já que as redes vendem as joias que já possuíam antes do início da guerra da Rússia contra a Ucrânia.
Na teoria, as empresas não adicionarão gemas russas extraídas recentemente aos seus estoques. Na prática, porém, ambas ainda podem comprar diamantes que foram extraídos na Rússia antes da guerra e que já estavam sendo lapidados ou polidos pelos fornecedores das empresas em outros países, processo que normalmente leva, no mínimo, três meses.
Já a Brilliant Earth Group Inc. , com sede em São Francisco, informou que parou de vender quaisquer diamantes originários da Rússia no dia 25 de fevereiro, independentemente de terem sido extraídos antes ou depois do início da guerra. “A Brilliant Earth acredita que os consumidores não tolerarão nenhum diamante extraído da Rússia”, disse a CEO Beth
Gerstein em comunicado. “Nós os removemos prontamente do nosso site.”
A atitude dessas marcas – que vai além do decreto publicado pelo governo Biden que proíbe a importação apenas de diamantes brutos – pode fazer com que outras dos setores joalheiro e relojoeiro sigam o mesmo exemplo, principalmente as demais empresas de propriedade da LVMH, como Bvlgari e TAG Heuer.
Aumento da demanda por diamantes
As restrições aos diamantes da Rússia, país responsável por quase um terço do volume mundial, coincidem com o período em que os consumidores americanos batem recorde de compras de gemas. As joalherias estimam que esse ano serão realizados cerca de 2,5 milhões de casamentos nos EUA, o maior número em quatro décadas, à medida que os atrasos da pandemia começam a diminuir.
