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Setor de luxo perde US$ 160 bi por medo de desaceleração chinesa

Setor de luxo perde US$ 160 bi por medo de desaceleração chinesa

Setor de luxo perde US$ 160 bi por medo de desaceleração chinesa

Rachel Chang / Bloomberg

As ações do mercado de luxo caíram nesta terça-feira devido à preocupação com a piora do sentimento do consumidor chinês, ampliando o forte declínio que fez as grifes de luxo internacionais perderem cerca de US$ 160 bilhões em valor de mercado combinado neste mês.

A queda continuou depois que a fabricante italiana de roupas masculinas Ermenegildo Zegna afirmou que os consumidores chineses haviam se tornado mais cautelosos em relação aos gastos nos últimos meses devido ao impacto da guerra comercial EUA-China, entre outros motivos. A empresa varejista de vestuário informou que espera uma desaceleração na demanda de produtos de luxo no segundo semestre do ano.

A venda foi mais pronunciada entre as ações negociadas em Hong Kong. A Prada caiu 6,4 por cento, a L’Occitane International, 3,5 por cento, e a Chow Tai Fook Jewellery, 6,4 por cento. A LVMH recuou 1,3 por cento em Paris.

O declínio ocorre após a queda da semana passada, quando as ações da LVMH, da Tiffany e de outras marcas de luxo de todo o mundo recuaram devido a preocupações com o cerco das autoridades chinesas aos viajantes que voltam para casa com mercadorias do exterior, ampliando o temor sobre uma desaceleração econômica no país. O S&P Global Luxury Index caiu cerca de 11 por cento neste mês, reduzindo a capitalização de mercado combinada dos integrantes a US$ 1,44 trilhão.

Como a demanda chinesa responde por mais de um terço das vendas da indústria global do luxo, marcas destacadas da Europa e da Ásia vêm caindo em um momento de declínio da confiança do consumidor na segunda maior economia do mundo. Além da guerra comercial atual entre EUA e China, o sentimento na China está sendo afetado pelo aumento dos custos dos negócios e dos preços dos alimentos e também pela contração do emprego.

“Quando os consumidores não se sentem esperançosos e otimistas, as compras de artigos de luxo são as primeiras eliminadas”, disse Terry Hong, analista da Guotai Junan Securities. “Nesses períodos, no tocante a todas as compras não essenciais, os consumidores adotam a postura de esperar para ver o que vai acontecer.”

Em entrevista em Xangai, no domingo, o CEO Ermenegildo Zegna disse que a marca de ternos familiar planeja um orçamento mais conservador para os investimentos na China no ano que vem devido à esperada desaceleração da demanda de artigos de luxo. Apesar de a China estar entre seus maiores mercados, a empresa não ampliará muito o número de lojas. E apesar de prejudicar os padrões de consumo, a guerra comercial não está afetando a produção da marca, feita principalmente na Itália e na Europa, disse.

“Estou mais cauteloso do que há três meses. Para o ano que vem, planejaremos um orçamento conservador porque há muitas incertezas no ar e é preciso ser realista”, disse Zegna, 63, cuja empresa é conhecida pelas roupas e pelos acessórios de alto nível para homens. “É preciso estar pronto para o pior e agir tendo isso em vista.”

Fonte: Yahoo
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