Diferentes olhares e interpretações sobre o universo da joalheria: o império russo de Fabergè em Washington, as joias de fantasia de Chanel em Berlim e combinação entre ourivesaria e impressão 3D em Londres
Por Erica Mendes
2018 tem sido um ano de muito destaque para a joalheria. Extraordinárias exposições trazem ao público diferentes coleções que são verdadeiros tesouros, ressaltando as joias como importantes documentos históricos e formas de expressão pessoal e artística.
Além de ‘Tribute to Femininity – Magnificent Roman Jewels’ e ‘Jelwery: The Body Transformed’, três novas exposições estão no radar para os profissionais e amantes desta fascinante arte:
Fabergè Rediscovered
As novas descobertas sobre a coleção de ovos de Páscoa imperial de Peter Carl Fabergè (1846-1920) é o mote da exposição Fabergè Rediscovered, que acontece no Museu Hillwood, em Washington, até 13 de janeiro de 2019.
Mais de 100 objetos ganham novas atribuições e sentidos incentivando o estudo da joalheria e ourivesaria dos séculos XIX e XX, em especial os exemplares da coleção Fabergé de Hillwood, espólio da empresária e colecionadora de arte Marjorie Merriweather Post, junto com importantes empréstimos de outros museus e coleções particulares, incluindo o Metropolitan Museum of Art, o Musée d’Orsay, Coleção McFerrin, Fundação Edouard e Maurice Sandoz e Sua Alteza Príncipe Alberto II de Mônaco.
Post era a proprietária da antiga residência (adquirida por ela em 1955), que hoje é a sede do atual museu. Entre as quase 90 peças de Fabergé da coleção de Hillwood, algumas merecem destaque como dois ovos de Páscoa imperiais; um relógio de bowenita projetado pelo prateiro-chefe de Fabergé, Julius Rappoport, inspirado em um relógio inglês do século 18, que pertencia à mãe de Nicolau II, Maria; uma caderneta com uma miniatura da Imperatriz Alexandra, possivelmente feita na época de seu noivado em 1894; e uma caixa de música que pertenceu à família Yusupov, considerada um dos melhores exemplos da esmaltagem de Fabergé.
Bijoux-Bijoux!
Costume Jewellery from Chanel to Dior. A mostra reúne cerca de 500 peças da coleção privada de Gisela Wiegert que, pela primeira vez em exposição, contam a história das ‘joias de fantasia’ de 1930 a 2007, no museu de artes decorativas Kunstgewerbemuseum, em Berlim, até 27 de janeiro de 2019.
Coco Chanel foi a primeira designer de moda a reconhecer o potencial criativo das bijuterias e, desde o início dos anos 1930, as usou como elemento de design em suas coleções. Outros designers fizeram o mesmo e hoje quase todas as grandes casas de moda criam, a cada temporada, sua própria linha de joias. Essa joalheria de moda se tornou parte integrante das coleções de alta costura, desenvolvendo sua própria afirmação artística que as distingue das joias de materiais preciosos.
A exposição está dividida em duas partes: uma visita à Galeria de Moda do museu mostra a interação multifacetada entre joias e moda. Com trabalhos de Coco Chanel, Coppola e Toppo, Eisenberg, Miriam Haskell, Kenneth J. Lane, Guilherme de Lillo, Pricharé, Trifari, Elsa Schiaparelli, Vendôme e Albert Weiss, os visitantes podem traçar o desenvolvimento das bijuterias na Europa e nos Estados Unidos desde 1930 até os dias atuais. A segunda parte da exposição é dedicada exclusivamente às criações da Dior e mostra brilhantes aparições de 1955 a 2007.
Visual Feast
A chave do sucesso do trabalho da designer de joias Silvia Weidenbach, que está exposto no museu Victoria & Albert, em Londres, é a combinação das técnicas tradicionais da ourivesaria, da impressão 3D e do design digital.
Assim como Bijoux-Bijoux, a exposição Visual Feast, que vai até 7 de janeiro de 2019, também tem uma abordagem da joalheria mais contemporânea.
