Muito conteúdo foi compartilhado durante a feira, como tendências de comportamento e produto, visual merchandising, mercado de luxo e estratégias digitais
A 76ª edição da FENINJER+, realizada entre os dias 6 e 9 de fevereiro de 2023, no Transamérica Expo Center, em São Paulo, apresentou muito conteúdo por meio do seu ciclo de palestras e talks.
Karen Cavalcanti, sócia fundadora da Mosaiclab, apresentou as tendências para o futuro do consumidor. Ao longo dos últimos ano, o perfil do consumidor mudou devido a fatores como o grande avanço da tecnologia e também aos novos hábitos adquiridos pós pandemia. “Hoje em dia nós temos um consumidor mais reflexivo, mais exigente e com vínculo de propósito” diz ela, mostrando como o mercado deve se comportar para conquistar esses clientes.
Marcia Croce, diretora da DGNG – Design Negócio, escritório de consultoria e marketing, falou sobre a importância de aplicar cor e forma às tendências, mantendo o alinhamento entre o desejo do cliente e a maneira como ele quer consumir os produtos, visando o desenvolvimento mais assertivo de uma coleção e seu sucesso de vendas. Ela ressaltou ainda a importância do lojista estar atento e conseguir traduzir a demanda do consumidor por meio de pedidos que se assemelham, pois isso é o que caracteriza uma tendência que, provavelmente, ditará qual é o produto que será buscado por ele.
Cintia Lie, arquiteta e consultora de conteúdo criativo na Invarejo Company, mostrou pontos importantes sobre estratégias de apresentação de loja, o chamado visual merchandising, que faze toda a diferença na hora da venda. Muitas vezes, pequenas mudanças visuais já mudam a forma como o cliente vê o seu negócio. De acordo com ela, “quando você torna visível o produto, o cliente consegue, de fato, enxergá-lo”. Isso agrega diferencial à marca e, consequentemente com o aumento das vendas, eleva também os lucros do negócio.
Em sua palestra, Maurício Queiroz, CEO do escritório MQ Design de Consumo, falou sobre o impacto do Design de Consumo na experiência e fidelização do consumidor. O design de consumo abrange fatores que influem diretamente nessa experiência, fazendo com que o consumidor se sinta confortável para realizar suas compras. Maurício disse também que entender as características desse consumidor, ter um ponto de vendas que funciona, entender o momento de compra daquele cliente e o alinhamento com as tendências da atualidade são características essenciais para o sucesso de um negócio.
Cris Duarte, sócia fundadora da No Ponto Marcas, consultoria especializada em posicionamento de marcas, mostrou como foi a edição deste ano de um dos maiores eventos de varejo do mercado americano, a NFR – Retail’s Big Show. O evento que acontece anualmente em janeiro reúne cerca de 35 mil pessoas de diversas nacionalidades e ajuda a entender o que vem pela frente em relação ao mercado. Ela destacou que um dos principais itens discutidos foi a importância dada não somente ao desejo do consumidor, mas também o tratamento empregado ao colaboradores e a humanização das relações em geral, pontos importantes para o sucesso dos negócios.
Na sequência, Cris apresentou mais uma palestra, desta vez falando sobre os movimentos Genderless (sem gênero) e Second Hand (reaproveitamento de produtos de “segunda mão”) e seus impactos no mercado de luxo. Ambos têm como principal influência os consumidores das gerações Z e Alpha, que afetam diretamente o mercado pela ruptura de conceitos e visões, fazendo com que os lojistas em geral, incluindo as grandes marcas, tenham que se adaptar para se adequar à essa nova janela de consumo. Cris também conversou com a Marina, de 18 anos, para debater esses movimentos e entender como essa nova geração entende o luxo.
No último dia da 76ª FENINJER+ aconteceu um Talk com dois cases de sucesso, com a participação de Aline Djanikian, CEO e cofundadora da Macchi Joalheria, e Yara Machado, CEO da Céu de Prata. Aline falou sobre suas estratégias de comunicação digital com foco na comunicação inclusiva na venda de alianças. Ela disse que aceitou o desafio quando foi convidada pelo padrasto para trabalhar com ele, pois “fazendo uma rápida pesquisa, eu percebi que esse era um mercado extremamente tradicional e até ultrapassado”, e que havia um espaço grande para abranger todos os públicos além do tradicionalismo já existente. Já Yara falou um pouco sobre a humanização digital. Com a pandemia, a marca Céu de Prata foi atrás de uma alternativa para se adequar ao momento e o atendimento online ágil e didático e a interação nas redes sociais com os seguidores ajudaram no crescimento da empresa. A estratégia deu certo porque “pessoas vendem para pessoas, eu estou todo dia lá mostrando as dores, mas mostrando que também entregamos qualidade e excelência”. Com isso, hoje a marca almeja mais crescimento superando a receita do ano anterior.
E fechando a programação desta edição, Eliana Gola, autora do livro ‘A Face Mística das Joias’, falou sobre como as joias contam histórias, destacando seu misticismo e as lendas dos ritos de passagem. “As joias estão ligadas aos ritos de passagem presentes em nossas vidas como a separação, imagem e segregação”. Ela ainda discorreu sobre as simbologias destes ritos e como eles abrangem aspectos emocionais e sensoriais.