Pesquisa da Talents Trends Report 2021 aponta tendências para as estratégias de gestão que irão nortear a tomada de decisão nos próximos anos.
Por Tânia Telles
O mundo vem passando por mudanças sem precedentes na história. E justamente neste momento de constantes transformações, vários líderes em gestão de pessoas se destacaram e fizeram a diferença nas organizações.
Pesquisa da Talents Trends Report 2021, realizada com líderes de capital humano no mundo, aponta tendências para as estratégias de gestão que irão nortear a tomada de decisão nos próximos anos.
Uma delas é a preocupação de lideranças empresariais com jovens em início de carreira no enfrentamento dos desafios que a pandemia trouxe para as relações de trabalho. Neste contexto, destaca-se a valorização de profissionais “seniores” que, mais experientes, podem contribuir como mentores destes jovens profissionais.
Outro desafio é um “apagão de talentos”, em relação às competências e habilidades necessárias, principalmente, frente às demandas para a retomada dos negócios no mundo pós-pandemia. Verifica-se um GAP, ou seja, um descompasso entre as competências requeridas e as habilidades dos candidatos aos cargos. Além disso, o modelo de trabalho híbrido e flexível veio para ficar e poderá ser uma forma de atração e retenção de talentos.
A qualidade de vida tende a ser, cada vez mais, um quesito importante na escolha de empresas reconhecidas como “melhores empresas para se trabalhar”, bem como, uma fonte real de motivação do trabalhador.
O que leva as organizações a colocarem a saúde e o bem-estar como pontos altos entre suas prioridades. Veja a lista de todas as tendências destacadas na pesquisa:
01 – Foco em habilidade para criar valor;
02 – Flexibilidade no trabalho;
03 – Bem-estar e saúde do trabalhador como ponto estratégico;
04 – Ganhos de produtividade com a transformação digital;
05 – Uso de dados na tomada de decisão de pessoas (“people analitcs”);
06 – Lacuna de habilidade crescente;
07 – Remodelar a cadeia de abastecimento de “talentos sem fronteiras”;
08 – Ampliar espaço para cultura de diversidade e inclusão;
09 – Força de trabalho sustentável;
10 – Engajamento da força de trabalho com a marca, o que tende a se tornar fonte de atração de novos talentos.
Mas será que todas as organizações estão prontas para implementarem essas mudanças?
Na realidade, existem muitas organizações que sequer possuem uma área de capital humano ou gestão de pessoas; outras que mantêm apenas o controle de pessoal. E isto se dá tanto no setor público quanto no setor privado.
Sem falar no quanto ainda é possível perceber pessoas assumindo cargos de liderança sem as competências mínimas ou a preparação necessária para conduzir e inspirar equipes.
Se por um lado temos empresas já avançando nas práticas integrativas de gestão, por outro, observa-se um universo de organizações que ignoram tal necessidade ou que não enxergam como tornar essa realidade uma meta alcançável.
Não são as nomenclaturas que definem se a empresa tem uma área de gestão de pessoas, mas as práticas adotadas pela empresa e suas respectivas lideranças.
Embora em alguns segmentos já sinalizem no sentido da mudança, revendo contratos e incluindo o home office como opção, ou inovando na forma de contratação com opções de escolhas entre o 100% no home office ou 60% no home office e 40% no presencial, outras já idealizam espaços virtuais e salas de convivência, com espaços automatizados e com uso da IA – Inteligência Artificial para os controles e acompanhamento.
Percebe-se que ainda há muito o que evoluir na gestão de talentos e que tudo passa, também, por uma liderança integrativa e humanizada, cuidando do lado humano das organizações, com práticas coerentes com os discursos que inspirem as transformações necessárias.