Convex Brasil começou a oferecer acessórios de aço para tornar os valores mais acessíveis
Por Carina Brito*
Foi em 2000 que o executivo Rinaldo Monaco decidiu deixar o seu emprego em uma multinacional para ser sócio na joalheria Convex Brasil, que existia desde 1984. Na época, a empresa era famosa por suas joias de ouro. “Visitando feiras de joalheiras na Itália com os melhores designers do setor, vi que as joias de aço já eram algo forte. Então tive a ideia de fazer o mesmo no Brasil para oferecer produtos mais acessíveis”, afirma.
Mais de 20 anos depois, as joias de aço se tornaram o carro-chefe, representando 70% das vendas da empresa — que também oferece acessórios de prata e banhados a ouro. A rede de franquias cresceu mesmo na pandemia: em 2021, aumentou o faturamento em 40% comparado a 2019.
No lançamento das joias de aço, os clientes receberam a novidade de maneiras diferentes. Segundo Monaco, alguns já ficaram animados porque conheciam o conceito e o viam fora do Brasil — então rapidamente gostaram da ideia. Em outros casos, foi necessário apresentar as vantagens do novo produto.
Para isso, a empresa investiu em contratação e treinamento da equipe. “Nosso propósito era levar joias de qualidade a um preço mais baixo, e fomos explicando isso para as pessoas. Fizemos um grande trabalho de marketing também em catálogos e revistas”, afirma Monaco, CEO da empresa. Outra estratégia foi expor os produtos em feiras de joalheria para ter mais exposição.
Então, a empresa — que até então vendia para lojistas — decidiu abrir um quiosque em uma loja em um shopping de São Carlos, em São Paulo, para se aproximar do consumidor final. “Nossa ideia era descobrir melhor o gosto das pessoas e antecipar a produção”, diz Monaco. Segundo ele, foi nessa época que a empresa passou a chamar atenção de pessoas interessadas em abrir franquias.
O plano ficou de lado até 2017, quando o executivo decidiu entrar para o franchising. As unidades começaram a ser vendidas no ano seguinte. A ideia do empresário era formar novos joalheiros, já que ele considerava o setor “muito tradicional”, com poucas oportunidades para novos empreendedores.
Para divulgar as franquias, a empresa apostou em publicações nas redes sociais e trabalhos de marketing. Na pandemia, a empresa lidou com o problema de que parte dos lojistas que revendiam seus produtos teve de fechar as portas permanentemente. Então, a franquia se tornou o canal de venda mais importante. No início de 2020, eram 55 unidades — hoje são 60. “O mercado retraiu, mas ainda conseguimos nos manter relevantes e aumentar as vendas dos acessórios.”
A Convex também investiu em maquinário e matérias-primas. “Fizemos o inverso do mercado. Já imaginava que [a pandemia] seria uma situação duradoura, e que seria difícil comprar os insumos porque faltaria depois. Também criamos uma linha minimalista que fez muito sucesso”, diz Monaco.
Para 2022, a meta é abrir mais 50 unidades franqueadas. Outro plano é se preparar para um IPO e atrair novos investidores — e futuramente expandir para a Europa.
*Carina Brito para Revista Pequenas Empresas Grandes Negócios