Museu do Tesouro Real de Lisboa abre as portas ao público nesta quinta-feira, 2, com cerca de 1.000 peças
Nesta quinta-feira, o Museu do Tesouro Real, em Lisboa, será aberto para visitação pública, com cerca de 1.000 joias da coroa portuguesa. Trata-se de uma das mais importantes coleções mundiais de joias, representando o melhor das artes decorativas portuguesas e europeias do século XVI ao século XX.
Divididas em 11 seções, a exposição permanente tem 72 vitrines com peças confeccionadas com o ouro e os diamantes do Brasil, moedas e medalhas reais, joias antigas de coleções da família real, objetos de prata lavrada, antigas coleções particulares do rei Fernando II, alfaias litúrgicas e paramentos usados nos cerimoniais religiosos.
As matérias-primas brasileiras estão na primeira seção. O ouro e os diamantes foram extraídos e transportados para Portugal durante o processo de colonização do território brasileiro pelos portugueses. Ao explorar a abundante riqueza das jazidas de Minas Gerais, a família real portuguesa viveu períodos pomposos nos séculos XVIII e XIX, representado pelas joias dos reis e rainhas. Uma das preciosidades expostas é o famoso “diamante de Bragança”, um lingote de ouro de 34 quilates, informou a Lusa.
De acordo com comunicado do novo museu, “o primeiro núcleo da exposição é denominado ‘Ouro e Diamantes do Brasil’, onde é apresentada uma amostra de exemplares em bruto dos metais e das gemas que simbolizam dois importantes monopólios da Coroa: a extração de ouro e de diamantes no Brasil”.
“Os portugueses, desde a sua chegada ao Brasil, em 1500, procuraram ouro e pedras preciosas, mas só passados quase dois séculos, no final de 1600, é que descobriram as possantes jazidas de ouro na região posteriormente apelidada de Minas Gerais. A corrida ao ouro trouxe inúmeros exploradores e aventureiros à região que, olhando para o chão, não tardaram a encontrar os almejados diamantes em enorme e inédita quantidade, no primeiro quartel do século XVIII. É esta descoberta que explica a mudança de paradigma na joalharia, que passa a ser definida não pelos metais preciosos, mas sim pelas pedrarias, conferindo aos cravadores um protagonismo singular”, completou o comunicado.
A última seção, Viagens do Tesouro Real, conta as histórias das transferências do tesouro junto com a família real para o Brasil, o regresso de parte dele, em 1821, e o que aconteceu com as peças que ficaram em solo brasileiro.
O Museu e seu caixa-forte
O Museu do Tesouro Real está instalado no Palácio Nacional da Ajuda, último endereço da monarquia portuguesa. Sua abertura celebra a conclusão deste edifício, que começou a ser construído há 226 anos, em novembro de 1795 pelo príncipe regente D. João.
O museu funcionará dentro de um caixa-forte de três pavimentos, com portas blindadas pesando cerca de cinco toneladas, além de equipamentos de alto segurança, videovigilância e vitrines com controle de temperatura humana e vidros à prova de balas.
Foto de © PAULO SPRANGER/GLOBAL IMAGENS