Para o banco, ao viver com os pais, os jovens têm menos preocupações com custo de vida geral, permitindo-lhes ‘juntar’ dinheiro para gastar em itens de luxo
Sandra Halliday*
Os jovens adultos que ainda moram com os pais são os principais impulsionadores do boom do luxo no ocidente, afirma uma nota de analista do Morgan Stanley.
O banco de investimento, que vê a tendência como positiva para o setor de luxo, diz que um número maior de jovens vive com os pais, e isso não apenas lhes dá mais dinheiro para gastar em itens de luxo, mas também exclui parcialmente as preocupações que outros têm em relação ao aumento geral do custo de vida.
Cerca de 42% dos adultos com menos de 34 anos na Grã-Bretanha ainda moram na casa da família de seus pais (com mais homens jovens do que mulheres). De acordo com o Escritório de Estatísticas Nacionais do Reino Unido, mais jovens começaram a ficar na casa dos pais em 1996, mas este é o número mais alto desde então, quando chegou a 36%. Isso significa que suas contas de aluguel e supermercado são menores e, com isso, lhes sobra mais dinheiro.
O Morgan Stanley diz que “os consumidores de luxo no Ocidente estão claramente se tornando mais jovens nos últimos anos” e segundo o analista Edouard Aubin, esses consumidores são menos afetados pelo aumento dos preços da energia e outros efeitos inflacionários.
De acordo com Aubin, um efeito semelhante está sendo observado nos Estados Unidos, onde metade da geração com idade entre 18 e 29 anos vive com os pais, a taxa mais alta desde a década de 1940. E é uma situação que provavelmente deve continuar, pois os preços dos imóveis continuam altos, mais jovens estão estudando por mais tempo, e os casamentos estão acontecendo mais tarde.
Portanto, embora possam estar economizando para comprar sua casa própria, muitos também estão adotando uma abordagem de ‘viver agora’ e gastando seu dinheiro no fluxo crescente de produtos voltados para os jovens consumidores de luxo.
*Sandra Halliday para FashionNetwork
