Em entrevista, o novo diretor da marca suíça de relógios fala sobre as expectativas para o mercado brasileiro
Por Juliana Bianchi
Com a transferência de Alain dos Santos, que estava à frente da Montblanc no Brasil desde 2013, para a África do Sul, o posto de diretor geral foi ocupado pelo francês Michel Cheval, que nos últimos 10 anos respondeu pela direção da IWC Schaffhausen na América Latina, Caribe e México. Seu cargo, por sua vez, foi assumido no último mês por Thomas Perini (foto), que esteve em São Paulo recentemente para apresentar os relógios da Coleção “Jubille”, para celebrar os 150 anos da marca suíça. A seguir leia o que novo diretor da IWC conta sobre as expectativas da marca para o mercado brasileiro:
AK Report: O mercado de relógios suíços está começando a se recuperar de anos difíceis. Poderia nos fazer uma análise do desempenho da IWC no mercado latino-americano nos últimos anos? Qual a expectativa da marca no Brasil?
Thomas Perini: Felizmente a IWC resistiu muito bem ao longo desses tempos difíceis, inclusive na América Latina. Nos últimos anos, conseguimos ter um forte posicionamento entre as principais marcas relógios de luxo na região. Há um potencial grande e real no Brasil, provavelmente o maior da América Latina, e continuaremos a trabalhar e investir no mercado. É claro que ainda existem muitos fatores externos (políticos, econômicos, etc) que podem influenciar fortemente o mercado e devem ser levados em consideração.
AK Report: Como a IWC está posicionada no grupo Richemont?
Perini: Globalmente, a IWC alcançou resultados muito bons e positivos, especialmente graças a um forte desempenho da rede de varejo, um desenvolvimento eficiente da linha de alta relojoaria (especialmente dos modelos com calendário perpétuo) e de um posicionamento de preço muito competitivo nas coleções de entrada, que no Brasil é coleção Pilot (que tem preços a partir de R$ 17.900).
AK Report: Quais os best sellers no Brasil? O mercado acompanha a tendência global?
Perrini: A coleção mais vendida aqui é a Pilot (foto). Mas devo dizer, que em valor, ela não corresponde realmente à tendência global. Sentimos que a clientela brasileira é mais voltada para modelos esportivos e fáceis de usar em qualquer circunstância do dia a dia. Enquanto mundialmente os preferidos são os modelos mais clássicos, como o Portugieser e Portofino.
AK Report: Entre os clientes da IWC, qual a porcentagem de mulheres, uma vez que a marca só lançou produtos femininos recentemente?
Perrini: Eu diria que há, em média, de 10% a 15%.
AK Report: Você acredita que a geração Z usará relógios? O que a marca está fazendo para alcançar os millennials?
Perini: Estamos convencidos de que os millennials e a geração Z usarão, amarão e colecionarão relógios. O maior desafio será como transmitir essa paixão e interesse para eles. O caminho da comunicação certamente mudará completamente e toda marca terá de encontrar o modo mais adequado de transmitir seu DNA, conciliando modernidade e tradição.
AK Report: No final do ano, a IWC abriu o seu próprio bar em Genebra. Podemos esperar isso também no Brasil? Que outras experiências o IWC está usando para se conectar com seu público?
Perini: Com certeza multiplicaremos essas experiências e os pontos de contato com nossos
clientes.Mas adaptaremos nossas ideias à cultura e desejos locais. Foi um bar em Genebra, mas pode ser qualquer outra coisa em outros países. A experiência se tornará uma das coisas que os clientes mais procurarão. Em relação há algumas décadas, quase não estamos vendendo mais “tempo”, mas emoções, sonhos e experiências.
AK Report: Há planos para ampliar as vendas online ou/e abrir novas lojas físicas
Perini: Há pouco mais de seis meses ativamos a plataforma de
e-commerce nos Estados Unidos. E no futuro, com certeza desenvolveremos outras plataformas de comércio eletrônico em outros países, prioritariamente nos mercados onde há alta penetração digital, como é o caso do Brasil.
Fonte: Angela Klinke Report