O livro de Francesco Morace é uma dica de leitura da Casa Semio para os empreendedores entenderem os novos caminhos de segmentação do consumidor
Por Erica Mendes
Semanalmente, a Casa Semio publica a indicação de leitura sobre o que está acontecendo na comunicação, no consumo e na cultura, que ajudam a explicar as relações de sentido entre marcas e pessoas. E uma de suas recentes dicas é o novo livro do sociólogo, jornalista e escritor italiano Francesco Morace: ‘Consumo autoral: os novos núcleos geracionais’.
O conceito de ‘núcleos geracionais’ (apresentado no livro anterior do mesmo autor ‘Consumo Autoral: as gerações como empresas criadas’) é uma total ruptura da ideia de ‘target’, adotado pelo marketing para a segmentação do consumidor. Ele se refere ao agrupamento de semelhantes com o propósito de auxiliar o mercado no entendimento comportamental e estratégico do seu público-alvo, ou seja, além do lifestyle. Assim, para desenvolverem suas marcas, produtos e serviços as empresas devem ter um ou mais núcleos em mente e considerar ainda que eles se relacionam entre si. Aquele grupo de consumidores segmentados por classe social não é mais representativa, já que, por exemplo, a classe C pode consumir artigos de luxo e a classe A pode ser extremamente comedida em seu gasto.
Agora, em seu novo título, Morales, que também é presidente do laboratório internacional de pesquisa e consultoria estratégia de tendências Future Concept Lab (Milão, Itália), atualiza alguns destes núcleos e apresenta outros novos que surgiram no mercado com as transformações ocorridas nos últimos cinco anos, cujo impacto, segundo ele, “se manifesta nos valores, atitudes, estilos de vida e pensamentos dos indivíduos e modificam as experiências de vida e de consumo”.
A recomendação dessa leitura pela Casa Semio está pautada “na concepção dinâmica de segmentação do consumidor, mas não para definir um alvo a ser alcançado, e sim para explorar possibilidades de atingir novas gerações, de forma que, nesta nova perspectiva, os empreendedores poderão avaliar as oportunidades de convergências entre os setores e utilizar os núcleos geracionais como facilitadores para novas parcerias”.
Segundo Clotilde Perez, sócia-fundadora da organização, a nova obra explica “a recente mudança no paradigma do consumo, onde o sujeito, antes apenas consumidor, passa a integrar e a participar da produção de produtos e serviços a ele destinados, protagonizando um ativismo sem precedentes”. Para a semioticista, “esta ação está carregada dos sentidos da criatividade e da inovação, o que possibilita um ambiente de encontro entre o artístico, o espiritual e o tecnológico”. E ainda completa: “é uma espécie de neorenascimento, impondo desafios inaugurais às empresas, que precisam não apenas estarem abertas a novas formas de colaboração, mas principalmente, devem criar condições privilegiadas para que a criação se manifeste e que seja efetiva a todos os envolvidos”.