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Anel de ouro do período helenístico é descoberto na cidade de Davi, em Israel

Anel de ouro do período helenístico é descoberto na cidade de Davi, em Israel

Anel de ouro do período helenístico é descoberto na cidade de Davi, em Israel

No mesmo local, arqueólogos descobriram diversas joias: brincos de bronze, uma conta de ouro decorada e um brinco de ouro com a imagem de um animal

Por Felipe Sales Gomes, sob supervisão de Fabio Previdelli*

O anel de ouro descoberto durante escavações em Jerusalém, maio de 2025. Foto de Eliyahu Yanai/Cidade de David

Um anel de ouro de cerca de 2.300 anos, com uma pedra de granada vermelha polida, foi achado nas escavações da Cidade de Davi, em Jerusalém. A joia, encontrada em meio às ruínas de um antigo edifício, oferece novas ideias sobre a riqueza e as tradições culturais dos habitantes da cidade durante o período helenístico.

A descoberta foi feita por arqueólogos da Autoridade de Antiguidades de Israel (IAA) em parceria com a Universidade de Tel Aviv, no Parque Nacional dos Muros de Jerusalém. Este é o segundo anel desse tipo achado no local apenas no último ano, o que reforça a importância arqueológica da área.

O achado

O anel foi encontrado sob as fundações de um edifício monumental, que os pesquisadores acreditam ter sido construído entre o final do século 3 e o início do século 2 a.C. 

No mesmo local, arqueólogos descobriram um impressionante conjunto de joias: brincos de bronze, uma conta de ouro decorada e um brinco de ouro com a imagem de um animal com chifres. Os objetos estavam todos na mesma camada estratigráfica, indicando uma possível deposição intencional.

Brinco e conta de ouro descobertos nas escavações – Clara Amit, Autoridade de Antiguidades de Israel

Efrat Bocher, uma das responsáveis pela escavação, destacou ao portal Archaeology News a raridade do achado: “Esta é a primeira vez que encontramos um conjunto tão grande de joias de ouro desse período em Jerusalém. A presença dessas peças demonstra o alto padrão de vida dos moradores e a riqueza da cidade na época.”

Uma das hipóteses consideradas pelos pesquisadores é que as joias tenham sido enterradas de forma simbólica, talvez como parte de um costume praticado por mulheres noivas da época. 

Em fala ao portal, a Dra. Marion Zindel, especialista no estudo dos anéis, afirma: “é possível que essas peças tenham sido colocadas sob o piso como parte de uma tradição helenística, em que jovens enterravam objetos de infância e joias como símbolo da transição para a vida adulta.”

O estilo das joias também revela influências culturais mais amplas. O uso do ouro combinado com pedras preciosas de cores vibrantes, como a granada, reflete a influência de culturas orientais, como a persa e a indiana — uma tendência que se espalhou graças às rotas comerciais ampliadas após as conquistas de Alexandre, o Grande.

Rivka Lengler, integrante da equipe de escavação, relembra ao Archaeology News o momento da descoberta: “Estávamos peneirando a terra quando Ben, meu colega, encontrou o anel. Ele achou que fosse algo moderno, deixado por alguém da equipe. Mas assim que o examinei, percebi que era uma peça antiga e rara.”

Eli Escusido, diretor da IAA, enfatizou ao site o valor histórico do achado: “A descoberta de anéis de ouro da época do Segundo Templo na Cidade de Davi é uma prova concreta da riqueza, da beleza e da importância de Jerusalém, mesmo milhares de anos atrás.”

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