Encontrada nas ruínas da vinícola mais antiga do mundo em Israel, a joia de ouro tem uma ametista que os antigos acreditavam curar ressaca
Por Erica Mendes
No início do mês, os arqueólogos da IAA (Autoridade de Antiguidades de Israel) divulgaram a descoberta de um anel de ouro e ametista durante uma escavação na região de Yavne, em Israel.
Encontro nas ruinas da mais antiga vinícola do período bizantino, estima-se que a joia tenha cerca de 1400 anos e pode ter pertencido a um homem ou uma mulher da elite, já que na época a peça indicava riqueza e status social.
Em nota, Amir Golani, especialista da IAA, explicou que no mundo antigo a gema de cor púrpura carregava o mito de afastar os efeitos do álcool. “Muitas virtudes foram associadas a essa joia, incluindo a prevenção do efeito colateral de beber, a ressaca”, afirmou ele.
‘Ametista’ em grego significa ‘não-bêbado’
O fato de os arqueólogos acreditarem que o proprietário do anel o usava para prevenir ressaca não é a toda. O nome ametista vem do grego ‘amethystos’, que é a combinação da letra ‘a’, que expressa negação, com a palavra methystós, que indica intoxicado ou bêbado. Daí o seu significado ser ‘não intoxicado’ ou ‘não bêbado’.
A crença de que a ametista era ‘anti-ressaca’ foi ainda fortalecida pela mitologia grega onde dizia-se que gema tinha sido tingida de púrpura com as lágrimas de Dionísio, o deus do vinho. De acordo com a lenda, a pedra ametista surgiu no dia que Dionísio decidiu soltar seus tigres sobre a primeira pessoa que passasse por ele. Por azar, uma mortal chamada Ametista cruzou o seu caminho, enquanto se dirigia ao templo da deusa Ártemis.
Ao se deparar com os tigres preparados para a atacar, Ametista suplicou pelo auxílio da deusa. Para livrar Ametista de uma morte cruel, Ártemis a transformou em um cristal branco. Diante do milagre realizado pela deusa, Dionísio, reconheceu seu erro e derramou uma taça de vinho sobre o cristal em prova do seu arrependimento. Assim, o cristal que era branco recebeu a tonalidade violeta.
Anel será exposto em museu
Considerando o valor histórico do anel ‘anti-ressaca’, ele será estudado para ser datado com a maior precisão possível. Os arqueólogos não descartam a possibilidade de sua origem ser ainda mais remota, da época do Império Romano, já que anéis de ouro e ametista eram comuns neste período.
Depois de devidamente identificada, a joia será exposta em um museu israelense.