Líder Global de Varejo da Euromonitor apresentou na NRF 2024 pontos que empresas precisam ficar atentas
Por Priscilla Oliveira*
O principal evento de varejo do mundo começou e deu foco às experiências do consumidor. Durante a NRF 2024, que está acontecendo esta semana em Nova Iorque, especialistas reforçaram diversos pontos que impactarão o setor neste ano, como retail media, novas tecnologias e ESG. Michelle Evans, Líder global de varejo e insights do consumidor digital da Euromonitor, apresentou algumas tendências, principalmente focadas no comportamento do consumidor online.
Ela reforçou que os compradores online continuam a amadurecer e estão mais cautelosos e conscientes. Michelle também apontou que os consumidores desejam mais poder na relação com as marcas e no momento das compras.
Confira 5 tendências apontadas por ela.
- Comércio eletrônico intuitivo
Os compradores online esperam mais da experiência de comércio eletrônico e tecnologias emergentes, como a inteligência artificial, que está tornando isso possível. A evolução de estratégias de coleta de dados e tecnologias emergentes criam mais experiências de compra intuitivas possíveis. Por isso, as empresas devem focar em oferecer compras sob medida para as pessoas.
Dentre as recomendações de Michelle, está:
- Criar experiências mais intuitivas
- Descobrir novas maneiras de atrair clientes
- Estreitar relacionamentos com os clientes
- Avaliar cuidadosamente as tecnologias emergentes
- Economia TikToker
A plataforma ByteDance é conhecida por inspirar vídeos virais, sugerindo trends, mas mais conteúdos estão sendo criados por usuários sem a contribuição da marca. Dona do TikTok, ela sabe que sua plataforma inspira campanhas orgânicas que atraem consumidores mais jovens. Com isso ela vem se tornando uma varejista e permitindo compras dentro da ferramenta. Isso significa ir muito além de uma plataforma de mídia social para também vender itens – seja de marcas ou dos próprios criadores de conteúdo.
Michelle recomenda que as marcas aproveitem o poder das tendências de vídeos virais para influenciar as vendas, bem como aproveitem a influência do TikTok para atuar estrategicamente utilizando dados demográficos oferecidos pelo app.
- Consumidor mais esperto
Os consumidores estão recorrendo às plataformas on-line para economizar dinheiro, usando de maneiras que podem ou não ter o apoio das marcas, como grupos de trocas, revenda ou compartilhamento de pontos. Michelle afirma que há uma ansiedade econômica que está impactando o comportamento do consumidor. Dentre os pontos que ela levantou está uma mentalidade que prioriza o celular no momento da compra e que usam dispositivos móveis internet como seu principal canal de compras. Isso significa que o consumidor está mais online, quer comprar, mas sabe que sua condição financeira não permite isso da maneira tradicional. A executiva recomenda que as empresas façam parceria com aplicativos e sites de orçamento para atrair compradores preocupados com o orçamento.
- Recommerce 2.0
Sim, os consumidores estão mais preocupados com as questões financeiras, o que está levando a uma evolução nas revendas. Ele também está mais digital e antenado às questões de sustentabilidade. Isso chega a um fator comum: as gerações mais jovens estão sendo levadas à revenda como valor de economia e sustentabilidade. De acordo com a Euromonitor, 41% de profissionais de varejo afirmaram que a empresa planeja investir em sustentabilidade e iniciativas do tipo nos próximos cinco anos. Michelle recomenda que as marcas considerem entrar ou expandir para recomércio em 2024. A executiva aponta que é preciso inovar com os novos recursos para simplificar o processo de revenda para consumidores. Isso inclui comunicar ativamente as iniciativas de revenda em mensagens de sustentabilidade.
- Devoluções simplificadas
As devoluções de produtos ganharão destaque como um eixo da estratégia de fidelização do cliente de um bom varejista. Oferecendo devoluções sem complicações a experiência aumenta. Atualmente, muitas trocas ainda são pagas pelo cliente, ele precisa se deslocar por longas distâncias para isso, o que acaba estragando todo o trabalho criado pela equipe de vendas. Michelle pontuou que é preciso encontrar maneiras de lidar com os custos crescentes das devoluções sem punir os consumidores. Para isso é necessário oferecer um processo de devolução que seja simples para os consumidores e alertou às empresas que investiguem novas maneiras de conseguirem recursos físicos que permitam essa melhoria na experiência.
*Priscilla Oliveira para Mundo Marketing