De beleza rara e incomum, as preciosidades orgânicas também se destacam em joias de grifes de luxo
Por Gabriel Rodrigues
É comum os joalheiros valorizarem materiais preciosos provenientes dos minerais, no entanto, as fontes orgânicas também são ricas em preciosidades. As pérolas e as madrepérolas são dois destes tesouros ofertados pelo oceano. E também vêm do mar corais dos mais variados tons – desde os encontrados em fósseis de cor vermelho até a beleza iridescente do arco-íris da ammolite das conchas fossilizadas.
No cenário da joalheria moderna, o famoso Jet de Whitby – uma forma incomumente pura e dura de madeira fossilizada encontrada nas costeiras do mar – é usado pela casa inglesa W Hamond, que combina o material com diamantes para criar suas joias de alta qualidade. As peças de âmbar são atraentes e acessíveis, mas o design luxuoso de joalheiros como o Aleksander Gliwinski o coloca em outro nível. A madrepérola, em branco ou cinza translúcido, é altamente apreciada para integrar mostradores de relógio.
Seven Seas, coleção da Van Cleef & Arpels, explora o mundo de safiras rosa e diamantes com uma peça central de flamingo de coral com um bico de ônix. A maison também mostrou como a madrepérola pode ser esculpida em um broche de três tartarugas nadando pelo mar em ondas de ouro branco e diamantes. Para uma análise mais ousada sobre o emprego do coral na joalheria, basta ver o trabalho do designer Otto Jakob, que aperfeiçoou a incorporação de diamantes e metais preciosos em peças históricas de coral, como seus exclusivos brincos.
Mesmo diante do significado exuberante que entregam às joias, muitos desses tesouros fornecidos pela natureza dão sinal de insuficiência, gerando discussões sobre a necessidade de serem usados em larga escala pela indústria joalheira. Assim, há muitas marcas de luxo descartando seu uso. A Tiffany & Co, por exemplo, é uma que tem se preocupado com a escassez de materiais orgânicos e deixou de empregar coral em suas criações. Alguns joalheiros apenas usam estoques de coral já existentes ao invés de comprar suprimentos recém extraídos. E quando os grandes colecionadores questionam, há quem diga que restringir o uso de materiais preciosos extraídos de fontes orgânicas não será prejudicial ao mercado. Apontam que, uma das alternativas dada aos apreciadores de jóias dispõem de excelentes opções vintage que podem atendê-los satisfatoriamente.