Estudo do neurocientista, Dr. Fabiano de Abreu, discorre sobre as consequências do excesso crônico de estresse ocupacional
A Síndrome de Burnout está enquadrada como doença do trabalho desde o dia 1° de janeiro deste ano. E, portanto, mais do que nunca, as empresas precisam estruturar um sólido trabalho de recursos humanos para acompanhar o desenvolvimento e desempenho de seus colaboradores de perto.
Ocasionada, em muitos casos, pelo excesso de trabalho, que leva ao cansaço físico e mental, acarretando na redução da capacidade de um indivíduo, o Burnout também pode ser desenvolvido pela alta produtividade, conforme defende o PhD em neurociências, biólogo e antropólogo, Dr. Fabiano de Abreu,
Durante o isolamento social rígido e todas as mudanças de rotina causadas pela pandemia da Covid-19, os números de casos de síndrome de burnout aumentaram. “A necessidade constante de o indivíduo se apresentar como produtivo, eficiente e eficaz, desencadeou o surgimento de algumas habilidades para conviver nessa sociedade tecnológica, e uma delas, a alta produtividade surge para dar conta das demandas atuais”, explica o especialista.
De acordo com ele, é necessário, antes de tudo, compreender as diferenças existentes entre um indivíduo produtivo e uma pessoa que passa muito tempo ocupada. “Produtividade é sinônimo de realizar atividades em um curto espaço de tempo sem se distrair. Trabalhar por mais de 12 horas todos os dias, não é necessariamente ser produtivo. Passar horas realizando uma tarefa e não conseguir atingir a meta gera frustração e estresse”, pontua.
A síndrome de burnout pode ainda vir acompanhada de depressão, o que deixará evidente algumas alterações na produtividade profissional de cada indivíduo em diferentes âmbitos. “Há sintomas físicos, mentais e emocionais. Há negligência profissional, lentidão e contato impessoal, por exemplo”, detalha o neurocientista.
Porém, o estudo do Dr. Fabiano de Abreu, publicado pela Revista Científica Saúde e Tecnologia, concluiu que apesar de possível, a relação entre a produtividade e a burnout não são fenômenos obrigatoriamente dependentes um do outro. “O esgotamento ocorre quando o sistema nervoso central fica sobrecarregado e acaba sendo mediado pelo sistema imunológico com taxas de baixa ou alta quantidade de cortisol e, ao mesmo tempo, liberando substâncias que levam a sensação de prazer como a dopamina e a serotonina, desregulando-os”, finaliza.
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