Especialista aponta as ferramentas que ganharão força no e-commerce no próximo ano
Da Redação
Em 2018, as compras online pelo smartphone e tablet ultrapassaram, pela primeira vez, os números do desktop: 53,8% contra 46,2%, conforme dados da Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm). No entanto, a taxa de conversão (número de usuários que conclui a transação) costuma ser a metade da taxa de uma página de computador. Por isso, as empresas que têm comércio eletrônico devem pensar em como melhorar a versão desktop para os usuários e aprimorar a experiência de compra dos clientes, apostando em novidades do mercado eletrônico.
Segundo José Renato Zadrozny, especialista responsável pela usabilidade do Posthaus, e-commerce de moda com 1,5 milhão de pedidos faturados por ano, dentre as tendências que se destacarão já em 2020 e vão ao encontro destes objetivos estão: avaliação com fotos e vídeos, sites mais leves, busca e compra por comando de voz e criação e personalização automatizadas de anúncios. Entenda cada um deles.
Avaliação com fotos e vídeos
Zadrozny explica que essa já é uma tendência nos e-commerces da China, mas que no Brasil, apesar da avaliação de produto ajudar muito na decisão de compra das pessoas, ainda não é comum ela vir acompanhada de uma foto ou vídeo do consumidor. Porém, ele ressalta que, considerando que os brasileiros costumam fornecer suas características pessoais para ajudar outras pessoas com uma noção mais real do produto no corpo, essa tendência ganhará força no próximo ano.
Sites mais leves
A tecnologia PWA (Progressive Web Apps), em sua versão desktop, é uma novidade que transforma os sites das empresas em uma espécie de aplicativo, ocupando bem menos espaço nos equipamentos dos usuários, como smartphones e tablets, e traz benefícios como navegação mais rápida e fácil, além de baixo consumo de internet.
Os sites que utilizam PWA podem ser usados independentemente do browser ou dispositivo; consomem muito menos internet e até funcionam offline; enviam notificações push; permitem que o usuário adicione um atalho no smartphone ou computador que abre o site, como se fosse o ícone de um app; atualizam automaticamente e proporcionam uma experiência parecida com a de um aplicativo nativo. “Desde que a tecnologia PWA foi implantada na versão mobile do Posthaus, em 2018, o aumento na taxa de conversão foi de 22%”, comenta Zadrozny.
Busca e compras por comando de voz
As pesquisas por voz estão se popularizando. Estima-se que 15% de todas as buscas no Google, são feitas diretamente no navegador ou pelo assistente digital, como a Siri, por voz. Devido aos diferentes dispositivos disponíveis, como smartphone, alto-falantes inteligentes ou até mesmo a TV, o reconhecimento da fala está em constante aprimoramento.
“Embora os sites e aplicativos de comércio eletrônico que utilizam a pesquisa por voz ainda sejam raros, algumas pesquisas já provaram que há oportunidades para explorar neste segmento”, comenta Zadrozny. Os usuários tendem a formular suas consultas no formato de uma pergunta ao invés de palavras-chave ao fazer uma pesquisa por voz. Por esse motivo, é possível garantir os melhores lugares entre os resultados de pesquisa com métodos de SEO, estruturando dados e elaborando frases para os mecanismos de busca.
Criação e personalização automatizadas de anúncios
A eficácia da mídia publicitária depende de sua relevância no contexto em que é inserida. Além do conteúdo do anúncio, Zadrozny explica que isso também inclui o ambiente do usuário, por exemplo, sua localização. Por isso, é importante investir nos anúncios automatizados. “As tecnologias que personalizam automaticamente a criação de anúncios usam informações de contexto disponíveis para adaptar dinamicamente as várias partes da mídia publicitária, como as imagens e chamadas para ação. Por meio do aprendizado de máquina e exploração (teste A/B automático) das variantes, as ferramentas melhoram continuamente as suas taxas de cliques dos anúncios”, detalha o profissional. O resultado é maior conversão dos anúncios.