Gemóloga comenta a descoberta da Alrosa na Sibéria
Por Erica Mendes
Na última semana, a Alrosa divulgou o seu mais novo achado em uma mina na Sibéria, extremo-oriente da Rússia: dois diamantes em um só. Como assim? Um diamante foi formado dentro de outro diamante: a gema maior de 0.62 quilates tem uma cavidade interna onde a gema menor de 0.20 quilates se desenvolveu de forma autônoma.
“Até onde sabemos, não existe nada igual na história da mineração de diamantes global’, disse à impressa Oleg Kovalchuk, representante da Alrosa. Normalmente, explicou Kovalchuk, as cavidades que se surgem no longuíssimo processo de formação dos diamantes são preenchidas por outros minerais.
No entanto, apesar da declaração da mineradora de nunca terem encontrado algo assim até então, Gracia Baião, gemóloga do IBGM, explicou que a inclusão de um diamante dentro de outro não é incomum. “O que este diamante encontrado pela Alrosa tem de raro é que o diamante interno se move, ou seja, ele está solto dentro do diamante maior”.
É possível ver a gema menor se movendo dentro da maior, mas apenas com o microscópio, já que os diamantes são pequenos – o maior mede 4,8 mm x 4,9 mm x 2,8 mm, enquanto o menor tem 1,9 mm × 2,1 mm × 0,6 mm.
Diamantes Matrioska
A Alrosa batizou a descoberta de Matrioska pela semelhança com as tradicionais bonecas russas, que escondem mais bonecas dentro de si, em várias camadas. E informou que o “Matrioska’ será encaminhado ao GIA – Gemological Institute of America para análises complementares.