Investir na felicidade contra o estresse não é algo novo dentro das organizações, mas mais do que nunca é vital
Por Leila Navarro
Em minhas experiências em viagens, certa vez já fui para o Butão, onde pesquisei sobre o FIB (Felicidade Interna Bruta). O rei do Butão queria fazer de seu país o mais feliz do mundo e, para isso, substituiu o PIB (Produto Interno Bruto) pelo FBI. Hoje, no Butão, o desenvolvimento do país é orientado ao bem-estar comum e esta atitude vem tocando o mundo. Existe na ONU uma comissão que estuda a possibilidade de ampliar este tipo de governança e existem diversos países vislumbrando uma mudança total no sistema econômico que hoje vivemos. Utopia? Talvez, mas vale a pena conferir!
Investir na felicidade contra o estresse não é algo novo dentro das organizações, mas mais do que nunca é vital. Tudo bem que numa era de alta competitividade global, aquele que produz mais e se adapta às mudanças é considerado “melhor”, tem mais chances de destaque no mercado. E, para isso, é necessário manter a empresa antenada nos avanços e tendências do mercado em todos os aspectos.
O setor econômico atualmente está longe de ter fatias demarcadas e as conexões do universo digital geram muitas possibilidades de novos negócios. Produtos e intervenções comerciais que antes nem se cogitavam o encontro na esteira de negociações, hoje geram grandes transações no mercado internacional.
Quem diria que um dia a China teria os olhos do mundo voltados para ela? Hoje é um fato. Mas, para que todo esse emaranhado de acontecimentos se desenrole, pessoas estão envolvidas. Apesar de toda riqueza de tecnologia e recursos existentes, o capital humano ainda é o mais precioso bem que o mundo corporativo detém. E gente, tem emoções, gente tem limites, gente tem estresse!
Nessa onda, com o mercado cada vez mais competitivo, com o advento da Pandemia, a agitação das grandes metrópoles, o volume cada vez maior de possibilidades e informações, o universo imenso de conexões com o mundo digital e tantas outras novidades sociais, políticas, econômicas, cibernéticas e de níveis estratosféricos, o estresse no trabalho e a ansiedade para a Retomada parece ter se transformado um fator corriqueiro.
No trabalho, a pessoa, antes competente e atenciosa, liga o “piloto automático” e, no lugar da motivação, surgem irritação, falta de concentração, desânimo, baixa produtividade, sensação de fracasso, o ápice do nível ultrapassado do estresse. Esses são indícios de uma doença cruel e de difícil diagnóstico que avança nas empresas e tem gerado um grande número de afastamento de profissionais.
As pessoas que assistem às minhas palestras, em geral, buscam de alguma forma virar o jogo da própria situação, vencer a rotina de estresse, os desafios do dia a dia e ter uma vida com mais qualidade de vida.
Ao estudar as causas e sintomas do estresse crônico, da Síndrome de Burnout e sobrepor os resultados que a felicidade gera na vida de uma pessoa, eu não tenho dúvida: a felicidade e o bom humor é o mais eficiente antídoto para contra-atacar esse mal. E o melhor de tudo isso é que a felicidade é uma escolha e, por isso, podemos aprender a ser feliz em todos os âmbitos da vida.
Quando trago o conceito do bem-estar e da felicidade à realidade das organizações observo que, de alguma forma, esse método de gerenciamento já faz parte do universo dos profissionais e negócios bem-sucedidos. A tendência mundial é unir trabalho e satisfação, porque é fato comprovado que a produtividade aumenta em proporção direta à satisfação das pessoas envolvidas, uma condição que está associada a uma pessoa feliz e só traz benefícios: lucro, reconhecimento, realização, tranquilidade, alegria e bem-estar.
Com isso, a minha orientação para as organizações de todos os portes e setores econômicos é que invistam em seus colaboradores para que eles aprendam a ser felizes.
Ainda mais em tempos de crise, turbulência do Covid e ajustes econômicos, manter uma equipe de colaboradores feliz, comprometida e saudável é o investimento mais inteligente e ponderado.