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Fabricantes de relógios querem conquistar a geração Z e os millenials para alavancar as vendas

Fabricantes de relógios querem conquistar a geração Z e os millenials para alavancar as vendas

Fabricantes de relógios querem conquistar a geração Z e os millenials para alavancar as vendas

Jovens são vistos como clientes de grande potencial financeiro, mas atrair um público acostumado a ver tudo pela tela do celular é o desafio

Por AFP Nathalie OLOF-ORS

Os fabricantes de relógio de luxo querem conquistar as gerações mais jovens. Para atrair os consumidores da geração Z, com potencial para se tornar um motor de crescimento para o setor, as marcas estão recorrendo a aplicativos como o Snapchat e a pagamentos em bitcoin.

O entendimento é que os “millenials”, nascidos entre 1980 e 1997, e a geração Z, que nasceu entre 1997 e 2010, se interessam de forma precoce pelo luxo. O desafio do setor, porém, é conquistar uma geração acostumada a ver tudo pela tela. Espera-se que seu gasto com esse segmento aumente três vezes mais que o de outros grupos etários até 2030, segundo um estudo da Bain & Cie e da Altagamma, da federação italiana de luxo.
No salão Watches & Wonders 2023, que reuniu 48 grandes marcas em Genebra, os fabricantes de relógios suíços estão cientes da tendência.

É importante que mostremos uma vez ao ano que usar relógio está na moda, inclusive para a geração mais jovem que não está acostumada a usá-lo, disse durante a feira o CEO da Rolex, Jean-Frédéric Dufour.

Em um estande dedicado à inovação, uma representante do aplicativo de mensagens Snapchat apresentou um filtro que permite provar virtualmente relógios com um smartphone. A imagem se adapta ao punho do usuário e permite provar modelos de marcas como a Cartier e personalizar as cores de um relógio da Hublot.

Em uma guinada a essa geração, Hermès apresentou uma coleção com desenho inspirados nos hábitos dos jovens, incluindo um que representa uma princesa a cavalo tirando uma selfie.

Transferência de patrimônio

Essa geração mais jovem, ao contrário da crença popular, tem mais poder econômico que as anteriores. Ganham mais, economizam mais e investem mais cedo, disse Jean-Philippe Bertschy, analista da Vontobel.

Para Bertschy, há, ainda, um fenômeno interessante e que foi subestimado. Os millenials e a geração Z vão se beneficiar de “uma transferência massiva de patrimônio nas próximas duas décadas”, que está avaliada em “mais de 80 bilhões de dólares (cerca de R$ 405 bilhões na cotação atual) até 2045 somente nos Estados Unidos”, afirmou.

A curto prazo, essa geração será confrontada pelos altos preços imobiliários, porém os analistas da Mogan Stanley destacaram que cerca da metade dos adultos entre 18 e 29 anos nos Estados Unidos vive com os pais, segundo o censo, um número jamais visto desde a década de 1940. Como não pagam aluguel, possuem mais recursos para gastar em produtos de luxo, argumentam os analistas.

 

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