Para cativar gerações futuras de compradores, produtores de pérolas investem em qualidade e compromisso socioambiental
Por Clara Lemos
Fabricantes de pérolas de Filipinas, Hong Kong, Austrália e Mianmar afirmam que apesar das dificuldades enfrentadas na produção de pérolas atualmente, como o desequilíbrio ambiental que altera características do oceano e reflete na quantidade de pérolas produzidas e os empecilhos surgidos com a pandemia do coronavírus, o interesse por compradores ao redor do mundo continua forte. Algumas razões a que eles atribuem o sucesso é a forte presença online dessas empresas, o interesse pela raridade e qualidade de suas pérolas e seu compromisso socioambiental.
A produtora de pérolas Jewelmer, em associação com a organização sem fins lucrativos Save Palawan Seas Foundation (SPSF), coordenam projetos para a restauração ambiental nas fazendas do Mar do Sul das Filipinas e ajudam comunidades costeira nos arredores. O plantio de espécies da flora local em locais desmatados e a distribuição de mudas de frutas e vegetais para a população próxima, visando o incentivo à agricultura familiar, são exemplos das iniciativas socioambientais.
Uma parceria que tem dado bons frutos é a estabelecida entre a Rio Pearl, com sede em Hong Kong e a Orient Pearl Co em Mianmar, localizada no Mar do Sul e responsável pelas fazendas de cultivo de pérolas da Rio Pearl. A empresa elenca tecnologia e sustentabilidade como prioridades, respeitando as leis ambientais do governo de Mianmar. A Rio Pearl fornece às comunidades próximas à fazenda energia elétrica, acesso à água potável, saúde e educação.
Para Peter Bracher, diretor executivo da Paspaley, empresa produtora de pérolas de brilho e tamanho únicos no Mar do Sul australiano, o mercado de pérolas do futuro estará mais centrado no fator geracional que geográfico. “À medida que a consciência social e a confiança nas compras online aumentam, os consumidores globais estarão preparados para buscar mais longe por produtos que atendam às suas expectativas em termos de responsabilidade social”, completa Bracher.