Por Juliana Bianchi
Agilidade, decisões baseadas em análises profundas de big data e muita tecnologia em todas as etapas do processo são, de acordo com Antonio Achille, sócio sênior da consultoria McKinsey & Company em Milão e líder global das análises para o segmento de luxo, competências fundamentais para as marcas sobreviverem nas próximas décadas. “As empresas precisam se movimentar rápido e pensar o tempo todo como uma startup. Quanto mais rápido fabricarem os produtos que os consumidores querem naquele momento, mais sucesso de venda terão”, disse ele durante apresentação na 2a edição do ciclo de palestras do Iguatemi Talks.
A previsão da consultoria é de que, até 2025, 1/5 das vendas do mercado de luxo – o que deverá significar algo em torno de 75 bilhões de euros – serão feitas online. Mas a preocupação com o digital não deve se limitar ao e-commerce, deve abranger toda a empresa e etapas do processo, da pesquisa e desenvolvimento à manufatura e comunicação. “O darwinismo digital exige mudanças na própria organização. Não existe mais marketing e marketing digital, eles são o mesmo e estão unidos ao departamento de TI. Precisa ser tudo a mesma coisa e estar preparado para transformações contínuas”.
Atualmente, 80% das vendas são influenciadas pelo online, mas as marcas já não controlam sua comunicação. Basta comparar a quantidade de citações espontâneas com a hashtagChanel no Instagram (mais de 60 milhões) e o volume de postagens no canal oficial da marca (pouco mais de mil). Junte isso ao fim da jornada de compra linear, substituída por inúmeros caminhos únicos na hora de formar opinião, comparar preços e decidir a compra, para ter certeza da importância em se criar experiências e comunicações personalizadas em escala.
“Estamos entrando na era do omnichannelreverso, onde o digital se torna central e dita todas as escolhas da marca, do lançamento que mais chamará atenção nas redes à entrega rápida”. Com consumidores treinados pelo digital a esperar experiências e emoções contínuas, é preciso oferecer isso também nas lojas físicas, como estão fazendo empresas nativas digitais, como Amazon. O ambiente digital torna-se a fonte de inspiração para reinventar o papel das lojas, onde a venda de produtos feitos na hora por impressoras 3D não está descartada, assim como a possibilidade de alugar as peças e não apenas vendê-las.